O
campo da consciência é um dos mais promissores para se atuar no contexto da
crise ecológica, climática e da evolução pela qual passamos. Soluções e
respostas para tais crises podem derivar da transformação na consciência humana
– e não apenas de desenvolvimentos em sua parte relacionada com a ciência e a
tecnologia.
Estamos no estágio terminal da era cenozoica (a era dos mamíferos). O antropoceno é o estágio inicial dessa era em que a evolução passa a ser crescentemente influenciada pelo espírito humano. O conceito de Antropoceno denota o período atual, a partir da Revolução Industrial, por volta do ano 1800, quando surgiram e se desenvolveram novas maneiras de se manipular e transformar o ambiente. A partir de então, várias condições e processos geológicos tem sido profundamente alterados pelas atividades humanas, com uma grande aceleração a partir de 1950. O consumo e as inovações tecnológicas passaram a ser fortes vetores dessa aceleração e das transformações ambientais e climáticas decorrentes, que se verificam nas últimas décadas, com impactos sobre a biosfera e sobre a vida social e econômica dos seres humanos. (CRUTZEN, P. J., and E. F. STOERMER, 2000).
Estamos no estágio terminal da era cenozoica (a era dos mamíferos). O antropoceno é o estágio inicial dessa era em que a evolução passa a ser crescentemente influenciada pelo espírito humano. O conceito de Antropoceno denota o período atual, a partir da Revolução Industrial, por volta do ano 1800, quando surgiram e se desenvolveram novas maneiras de se manipular e transformar o ambiente. A partir de então, várias condições e processos geológicos tem sido profundamente alterados pelas atividades humanas, com uma grande aceleração a partir de 1950. O consumo e as inovações tecnológicas passaram a ser fortes vetores dessa aceleração e das transformações ambientais e climáticas decorrentes, que se verificam nas últimas décadas, com impactos sobre a biosfera e sobre a vida social e econômica dos seres humanos. (CRUTZEN, P. J., and E. F. STOERMER, 2000).
Matéria
(geodiversidade), vida (biodiversidade) e consciência (noodiversidade) integram
um mesmo espectro. A evolução da matéria é lenta e se processa nos ritmos da
história geológica; a evolução biológica é mais rápida; e a noológica
(intuitiva) é veloz como um raio. A crise climática e o risco do colapso
ecológico ajudam a despertar para a era do conhecimento intuitivo, uma etapa da
evolução que se baseia no desenvolvimento da consciência humana e não mais nos
lentos processos da evolução biológica.
O
momento de ruptura e mudança de eras que hoje vivemos se manifesta não apenas por
meio das mudanças climáticas mas, também, pela perda de biodiversidade;
destruição de habitats naturais; redução das fontes de alimento; erosão e
salinização dos solos, dependência dos combustíveis fósseis, esgotamento dos
recursos hídricos; despejo de produtos químicos no ambiente (agrotóxicos,
hormônios, componentes de plásticos, rejeitos de mineradoras, poluição do ar);
aumento da população.
Trata-se de uma crise da evolução como as que ocorreram em outros momentos da história da Terra, nos quais várias espécies se extinguem.
Trata-se de uma crise da evolução como as que ocorreram em outros momentos da história da Terra, nos quais várias espécies se extinguem.
Atualmente,
desenvolvem-se inúmeras iniciativas no sentido de nos adaptarmos à crise
ecológica e climática ou de reduzirmos os impactos negativos das ações humanas.
Há esforços por parte de cientistas que procuram compreender o organismo da
Terra; de pessoas que adotam a simplicidade voluntária e a austeridade feliz;
de empresas que adotam a ecoeficiência e meios de produção limpos, reduzem
desperdícios de materiais e de energia, inventam novo ‘design’ de produtos e de processos; de
governos que adotam políticas econômicas ecologizadas; de organizações da
sociedade que lutam por outro mundo, de pensadores que vislumbram outras
possibilidades para as sociedades e as civilizações.
São
bem-vindas todas essas ações realizadas a partir da aplicação das ciências
naturais, das engenharias, da gestão de organizações públicas e privadas, da
política econômica e dos mecanismos de mercado. Porém são insuficientes diante
da magnitude da crise atual. À medida que se percebe o caráter profundo
da atual crise da evolução - que inclui a crise ambiental e climática -, também
se compreende que soluções tecnológicas, de gestão ou de engenharia, de
incentivos ou penalizações econômicas, ainda que necessárias, são insuficientes
para dar-lhe respostas adequadas.
A
evolução da consciência é um caminho para conseguir se adaptar criativamente às
mudanças da atual transição de eras. Ela é a grande força capaz de influir no
rumo da evolução no planeta. Diante da magnitude da crise ecológica e climática
atual, que constitui uma crise da evolução, é urgente ativar todos os níveis e
mobilizar toda a energia psíquica humana para responder aos mega desafios com
que nos defrontamos.
A crise climática e ecológica atual coloca em risco
a sobrevivência e o bem-estar da espécie humana. Diante da perspectiva de
colapso planetário e da percepção dos limites da capacidade de suporte do
planeta, a busca da segurança motiva uma construção coletiva de respostas.
Líderes de grandes religiões, como o Dalai Lama ou o Papa Francisco, se
manifestam em relação à crise ambiental e climática. [1]
Líderes de grandes nações, tais como os Estados Unidos e a China, dois dos
países que mais emitem gases de efeito estufa e com uma pesada pegada
ecológica, propõem planos para descarbonizar a economia e reduzir os impactos
climáticos que provocam. Propõem tais ações ao tomarem consciência dos
problemas, dos riscos que corre a humanidade. Vozes dissonantes se levantam,
contestam as propostas e planos. As difíceis negociações das conferências sobre
mudança climática (Rio-92, Kyoto 97, Johanesburgo em 2002,
Bali em 2004, Copenhagen em 2009, Rio em 2012; Varsóvia em 2013, Paris 2015) atestam
as dificuldades de se construir visões unitárias consensuais ou unânimes sobre
esses temas e também as dificuldades de colocar em ação projetos coletivos
comuns.
[1]
Ver a Encíclica Laudato Si, divulgada pelo Papa Francisco em 2015 em http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html
e o plano americano de redução de emissões lançado nos Estados Unidos em agosto
de 2015 em http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/08/governo-dos-estados-unidos-anuncia-plano-para-reduzir-emissao-de
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