Para as próximas gerações será cada vez mais vital ter não
apenas conhecimento especializado, mas uma consciência holística e integral
sobre a água. Motivados por isso escrevemos o livro "A água fala" na
primeira pessoa do singular, como se a narrativa fosse feita pela própria água.
Ele é dirigido aos jovens, numa linguagem sintética e poética, permeada por
ilustrações da artista Maria Helena Andrés.
O livro descreve, em cinco partes, uma viagem pelo ciclo completo da água no
ambiente, seu movimento, sua presença nos corpos vivos, na cultura e as
questões relacionadas com o seu uso.
A primeira parte convida o leitor para se aproximar da água, para conhecer suas viagens pelo universo e
pela Terra. Descreve como ela circula no meio ambiente. Mostra os diversos estados que assume diante
do calor e do frio e das mudanças de temperatura que a tornam vapor, líquida ou
sólida. Mostra que pode ser doce, salobra ou salgada e como é um sinal que indica a existência de vida.
Na segunda parte o
leitor é convidado a acompanhar a água em seu movimento, vivenciando as formas
que ela assume e os diversos lugares que ocupa nos céus, na terra, no subsolo
como granizo, chuva, flocos de neve. Descreve seu ciclo, com a precipitação, a
evaporação, a infiltração no solo, mostra como surge em nascentes e provoca a
erosão dos solos, as enchentes, as inundações e as secas.
Ilustração de Maria Helena Andrés |
Ilustração de Maria Helena Andrés |
Como a água é tema frequente na cultura, nas religiões e nas
artes, a quarta parte do livro aponta como ela é cantada, falada e mostrada nas
diversas manifestações culturais e artísticas, na música, na poesia, na dança,
no urbanismo e no paisagismo. Em muitas tradições espirituais ela é sagrada e
está nos rituais como o batismo cristão e nas narrativas bíblicas como a do
dilúvio. Em outras tradições, há deuses e deusas ligados à água, há rituais
como a dança da chuva dos índios. Muitas palavras em todos os idiomas se
referem a ela e muitos lugares e cidades têm nomes relacionados com as águas.
Na quinta e última parte, o livro realça alguns de seus
múltiplos usos: para o abastecimento humano e para matar a sedes dos animais,
para a agricultura na irrigação, para a geração de energia, para o transporte,
para a pesca, a recreação, o lazer e o turismo. Mostra a necessidade que todos
têm dela para manter a saúde e o bem estar. Denuncia os desperdícios que
acontecem no seu consumo. Enfatiza os problemas e a insegurança decorrentes de sua
escassez ou excesso, com as secas e as inundações. Mostra a importância de se
construírem obras tais como açudes, canais, aquedutos, estações de tratamento
de água e de esgotos e de conservar os solos e promover sua proteção como uma
riqueza de grande valor. Realça a importância de desenvolver a cooperação em
torno da água e criar modos de promover
diálogo e de evitar rivalidades, conflitos e violência entre aqueles que dela precisam
e que a disputam.