Maria Helena Andrés é a artista plástica brasileira que mais se empenhou em promover a integração entre o Brasil e a Índia e que mais contribuiu para o conhecimento, no Brasil, sobre a cultura indiana. Ela o fez pioneiramente, a partir da década de 70, numa época em que, no Brasil, pouca atenção era dada às relações culturais com a Índia.
Maria Helena identificou-se com a cultura da Índia. Por meio de imersão no cotidiano, desbravou o país, estudou a filosofia e a arte numa perspectiva ampla, absorveu o espírito e a postura cósmica dos indianos. As inúmeras viagens à Índia em busca da integração refletiram-se na sua obra teórica e plástica. Seguiu sua intuição e sua atração pessoal por aquela cultura, em prol do desenvolvimento da consciência.
Tal intercâmbio resultou em textos publicados em seus livros. No livro Encontro com Mestres no Oriente (1993), discorre sobre suas viagens e reflexões no Japão, Tailândia, Nepal e Índia, focalizando mestres como o Mahatma Gandhi, Sri Ramakrishna, Sri Aurobindo, Sri Ramana Maharshi, Jiddu Krishnamurti, Swami Dayananda, Vimala Thakar, sendo que com os dois últimos teve convivência pessoal.
No livro Os caminhos da Arte (3ª edição em 2015), aproxima a arte moderna da arte oriental, enfatizando a importância da intuição, da liberdade de criação e da arte estendida à vida na prática da pintura, poesia, fotografia, música, teatro e dança.
Ilustrou o livro "Pepedro nos Caminhos da Índia" (1984 e 2007), de autoria de Aparecida Andrés, que relata a viagem de um menino brasileiro naquele país. De seus estudos resultou o álbum Oriente-Ocidente, integração de culturas (1984).
Várias reflexões sobre as viagens à Índia foram publicadas em seus blogs Minha Vida de Artista e Memórias e Viagens: www.mariahelenaandres.blogspot.com
Ela buscou ativamente uma Síntese oriente-ocidente. Para Maria Helena, “A síntese Oriente – Ocidente e a integração planetária estão dentro de nós mesmos, no equilíbrio do lado direito e esquerdo de nosso cérebro, razão e intuição.”
Essa integração e o intercâmbio promovido por Maria Helena Andrés têm um significado especial nesse momento de crise da civilização, nessa etapa da história e da evolução humana em que a Ásia readquire centralidade e importância globais e na qual a cosmovisão indiana, no mundo pós colonialista, passa a ser novamente valorizada.
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