segunda-feira, 13 de maio de 2024

A Ecologia social na obra de Maria Helena Andrés


As populações humanas formam  sociedades e seus subgrupos: famílias, tribos, comunidades, associações, sindicatos, torcidas, gangues. Diferenciam-se por gênero, raça, cor ou idade. Algumas sociedades são hierarquizadas em classes ou castas, que mantêm entre si relações de cooperação ou de competição. Quando aumentam as populações e as aspirações de consumo, tornam-se mais agudas as disputas pelos recursos naturais, com ou sem violência. Sociedades que aprenderam a se relacionar de modo amigável com a natureza sobreviveram. Outras, que não souberam fazer isso, entraram em colapso e se extinguiram.  

Uma pirâmide social - Ilustração de MHA para o livro Meio Ambiente & Evolução humana, 2013.


A ecologia social estuda as relações entre os agrupamentos humanos e seu ambiente. Analisa como os distintos grupos sociais são  impactados por ações individuais ou coletivas e pela dinâmica da economia.

Vários artistas retrataram a realidade social. Sebastião Salgado fotografou trabalhadores. Henri Cartier-Bresson  viajou pelo mundo  e fotografou diversos tipos humanos. Pintores como Portinari, Di Cavalcanti e outros pintaram tipos variados de brasileiros em seus ambientes. 

Em suas viagens pelo mundo, Maria Helena Andrés testemunhou e desenhou a diversidade social. Na Índia, a sociedade mais diversificada existente no planeta, ela conheceu  conceitos e cosmovisões de como lidar com a diversidade humana de modo não violento. Ali respirou ares democráticos e desenhou comícios nos quais partes da sociedade se movimentam para defender seus interesses.

Comício político. Ilustração  no livro Pepedro nos caminhos da  Índia, 1986

Ilustrações para o livro Pepedro nos caminhos da Índia

As micro identidades, que realçam as diferenças, tendem a gerar fragmentações, preconceitos, separações, intolerância e violência. A consciência da mega identidade durante catástrofes induz à união e à solidariedade. Somos todos terráqueos, frágeis e num mundo perigoso. A consciência dessa macro identidade nos une.

Maria Helena valoriza a essência, a síntese e a unidade, para além das diversidades. Sua visão holística realça as convergências entre o que é diverso. Ela escreveu sobre a unidade humana e a consciência planetária e cósmica: “Realmente, cada vez mais, tomo consciência da interdependência ligando pessoas, natureza, ideias, sensações, sonhos. A nossa unidade com a natureza e o Universo vai se tornando cada vez mais uma realidade. Não somos separados, somos Um!”

Ilustração para o livro "Pepedro nos caminhos da Índia", 1986.


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