Saber
lidar com tais conflitos é vital para o gestor ambiental. No mundo atual o
risco de violência aumenta na medida em que há mais gente, mais competição por
recursos naturais, maior densidade de ocupação do espaço.
No dia
a dia da atividade do gestor ambiental em diversas escalas - município, estado,
federação - está presente o tema da
cultura de paz e da mediação de conflitos.[1] Um gestor ambiental ou da água lida com
disputas de interesses e visões de mundo divergentes. Isso envolve resolver de
modo não violento conflitos existentes na apropriação e uso de recursos naturais.
O
gestor ambiental dispõe de instâncias de gestão colegiada e participativa nas
quais exercita a capacidade de diálogo, a tolerância, a busca de pontes de
convivência pacífica, de entendimento. Em tais colegiados ocorrem posições antagônicas
que, após diálogos democráticos e participativos, podem transmutar-se em
convergências e em denominadores comuns que atendem às visões e interesses das
várias partes.
A água
é um recurso ambiental que demanda trabalho de cooperação e de construção de
consensos para ser partilhada. No
Brasil há mais de 15 mil quilômetros de trechos de rios federais em zonas de
conflito de uso, nos quais a
disponibilidade é menor do que a soma das demandas. Disputas pelo uso da água colocam em
campos opostos setores como o de produção de energia, o hidroviário, o de
abastecimento humano, a agricultura e irrigação. Sistemas colegiados de
gestão, bem como técnicas e métodos de alocação negociada de água são úteis
para se reduzir a violência e para se mediarem disputas. Ver https://goo.gl/WvOfxD
[1] O livro Ecologizar, 4ª
edição, publicado pela Editora Universa de Brasília, traz capítulos sobre ação
federalista e sobre a arquitetura da gestão colegiada em conselhos, comissões e
comitês, conferências e outros espaços para a participação social na política
ambiental e de recursos hídricos.
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