Na relação de nossa espécie com a
natureza houve numerosas interações que resultaram em domesticação de
espécies. O arroz, o feijão, o milho, a
mandioca, o trigo, entre outras espécies vegetais, foram domesticadas e
cultivadas na agricultura. O cão, o gato, o boi, a ovelha, as galinhas, entre outras
espécies animais, foram domesticadas e convivem com nossa espécie em grande
proximidade.
Do mesmo modo, as águas são um
elemento do ambiente natural que foi controlado em represas, reservatórios,
diques e dutos, tendo sido colocada a nosso serviço para gerar energia,
abastecer cidades e para finalidades múltiplas.
O dinheiro é uma criação humana
com grande força e capacidade de provocar transformações, construtivas ou
destrutivas. Os fluxos de capitais que circulam pelo mundo são capazes de
provocar impactos e consequências benéficos ou maléficos. O capitalismo
selvagem é um modo de se relacionar com o dinheiro que não controla os seus
impactos destrutivos e predatórios.
Do mesmo modo como se
domesticaram animais, vegetais e águas, também o dinheiro pode ser domesticado,
controlado ou ecologizado, reduzindo-se os impactos destrutivos de sua
circulação desenfreada.
Há obstáculos e dificuldades para
controlar a energia do dinheiro, especialmente porque fortes detentores do
capital resistem à sua regulação e controle, pois se beneficiam de liberdade na
sua alocação. Isso tem levado a um aumento das desigualdades econômicas tanto
em escala global como de países e regiões. É inviável a redução das
desigualdades caso não se pratique a fraternidade. A evolução humana fraternal
vai bem além da evolução liberal.
Sobre isso já observou o poeta
mexicano Octavio Paz: “Dadas as diferenças naturais entre os seres humanos, a
igualdade é uma aspiração ética que não pode ser concretizada sem se recorrer
ao despotismo ou a um ato de fraternidade. Minha liberdade fatalmente se
confronta com a liberdade do outro e procura destruí-la. A única ponte capaz de
reconciliar essas duas irmãs que continuamente se atacam de faca é uma ponte
feita de braços interligados: a fraternidade. ” Do mesmo modo o pensador
indiano Sri Aurobindo observou que:
"a fraternidade é a chave para o triplo evangelho da ideia de ‘humanidade’. A união de liberdade com igualdade só pode ser alcançada pelo poder da fraternidade humana e não pode ser fundada em qualquer outra coisa".
"a fraternidade é a chave para o triplo evangelho da ideia de ‘humanidade’. A união de liberdade com igualdade só pode ser alcançada pelo poder da fraternidade humana e não pode ser fundada em qualquer outra coisa".
Atualmente surge entre os
investidores e capitalistas
engajados um sentimento que vai além dos motivos de obtenção de lucro com
suas aplicações financeiras. Tais tipos de investidores lutam também por mais
responsabilidade social e ecológica em empresas. São motivados por sentimentos
de fraternidade e solidariedade para com os demais stakeholders, ou partes
interessadas na atuação de uma empresa e que usualmente são deixadas em segundo
plano. Tais acionistas engajados podem induzir a uma necessária e desejável
ecologização do capital.
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