sexta-feira, 8 de julho de 2016

COLAPSO




       Em seu livro Colapso  Jared Diamond diz que “Fatores ecológicos, mais freqüentemente que guerras ou política, determinam o sucesso e o fracasso dos povos”.
Para ele, os impérios e, atualmente os Estados Unidos, são como a Roma antiga às vésperas do colapso: capaz de perceber os sinais de alerta, mas incapaz de fazer os sacrifícios (como reduzir o padrão material de consumo) para reverter esse quadro. “O colapso de sociedades envolve componente ambiental e, em alguns casos, mudança de clima, vizinhos hostis, parceiros comerciais e questionamento sobre a resposta da população". Diamond aponta a existência de doze problemas simultâneos e alerta que “Se nos concentrarmos em apenas um e esquecermos os outros onze ou vice-versa, estaremos perdidos da mesma maneira”. São eles:
      Destruição de habitats naturais (florestas, pântanos, recifes de coral).
     Redução das fontes de alimento selvagem (peixes, por exemplo, que respondem por 40% da proteína consumida no mundo).
      Perda da biodiversidade.
      Erosão e salinização dos solos.
      Dependência dos combustíveis fósseis.
      Esgotamento dos recursos hídricos.
      O fato de a maior parte da energia solar ser usada para propósitos humanos (plantações).
   Despejo de produtos químicos (agrotóxicos, hormônios, componentes de plásticos, rejeitos de mineradoras, poluição do ar).
      Transferência de espécies exóticas para novos habitats.
      Acúmulo dos gases do efeito estufa.
      Aumento da população.
      .    Seu impacto sobre os recursos naturais.

As atividades produtivas humanas geram subprodutos tais como as poluições, a degradação ambiental, a devastação de ecossistemas.
A visão produtivista focaliza os benefícios econômicos imediatos e de curto prazo, mas frequentemente é míope ao se esquecer dos custos imediatos e de curto, médio e longo prazos associados a tal produção.
A avidez pelo consumo material bloqueia a percepção e a consciência e produz cegueira para os impactos, surdez para ouvir vozes de alerta sensatas, insensibilidade e falta de olfato para cheirar no ar os riscos associados a tal produção. Embotamento dos sentidos, anestesia e hipnose conduzem ao colapso.
Os estilos de vida das elites ricas dos países do sul e das sociedades do “primeiro mundo” industrializado, somados aos padrões de consumo das novas classes médias dos países emergentes atraídas pela propaganda e a publicidade, tornam inviável, em médio prazo, a sobrevivência do modelo político e econômico global. Levarão ao colapso de civilizações e sociedades.
Padrões de consumo sustentáveis caracterizaram civilizações asiáticas e sociedades indígenas que perduraram por milênios. Há civilizações antigas que evoluíram com alto respeito e veneração pela natureza, como a indiana, por exemplo, que conceberam o dharma e  aplicaram os princípios da ahimsa ou não violência ao mundo humano e à relação com os animais e as plantas. Dessas civilizações que apresentam uma baixa pegada ecológica e daquelas estudadas por Jared Diamond em  seu livro,  podem-se extrair ensinamentos para uma evolução ecologizada.

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