Para ele, os impérios e, atualmente os Estados Unidos,
são como a Roma antiga às vésperas do colapso: capaz de perceber os sinais de
alerta, mas incapaz de fazer os sacrifícios (como reduzir o padrão material de
consumo) para reverter esse quadro. “O colapso de sociedades envolve componente
ambiental e, em alguns casos, mudança de clima, vizinhos hostis, parceiros
comerciais e questionamento sobre a resposta da população". Diamond aponta
a existência de doze problemas simultâneos e alerta que “Se nos concentrarmos
em apenas um e esquecermos os outros onze ou vice-versa, estaremos perdidos da
mesma maneira”. São eles:
•
Destruição de
habitats naturais (florestas, pântanos, recifes de coral).
• Redução das
fontes de alimento selvagem (peixes, por exemplo, que respondem por 40% da proteína
consumida no mundo).
•
Perda da
biodiversidade.
•
Erosão e
salinização dos solos.
•
Dependência dos
combustíveis fósseis.
•
Esgotamento dos
recursos hídricos.
•
O fato de a maior
parte da energia solar ser usada para propósitos humanos (plantações).
• Despejo de
produtos químicos (agrotóxicos, hormônios, componentes de plásticos, rejeitos
de mineradoras, poluição do ar).
•
Transferência de
espécies exóticas para novos habitats.
•
Acúmulo dos gases
do efeito estufa.
•
Aumento da
população.
. Seu impacto sobre os recursos naturais.
As
atividades produtivas humanas geram subprodutos tais como as poluições, a degradação
ambiental, a devastação de ecossistemas.
A
visão produtivista focaliza os benefícios econômicos imediatos e de curto
prazo, mas frequentemente é míope ao se esquecer dos custos imediatos e de
curto, médio e longo prazos associados a tal produção.
A
avidez pelo consumo material bloqueia a percepção e a consciência e produz
cegueira para os impactos, surdez para ouvir vozes de alerta sensatas, insensibilidade
e falta de olfato para cheirar no ar os riscos associados a tal produção.
Embotamento dos sentidos, anestesia e hipnose conduzem ao colapso.
Os estilos de vida das elites ricas dos países do sul
e das sociedades do “primeiro mundo” industrializado, somados aos padrões de consumo
das novas classes médias dos países emergentes atraídas pela propaganda e a
publicidade, tornam inviável, em médio prazo, a sobrevivência do modelo
político e econômico global. Levarão ao colapso de civilizações e sociedades.
Padrões de consumo sustentáveis caracterizaram civilizações
asiáticas e sociedades indígenas que perduraram por milênios. Há civilizações
antigas que evoluíram com alto respeito e veneração pela natureza, como a
indiana, por exemplo, que conceberam o dharma e aplicaram os princípios da ahimsa ou não violência ao mundo humano
e à relação com os animais e as plantas. Dessas civilizações que apresentam uma
baixa pegada ecológica e daquelas estudadas por Jared Diamond em seu livro, podem-se extrair ensinamentos para uma
evolução ecologizada.
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