“Água, meu amor ” foi o tema central da carta elaborada ao
final do Encontro que comemorou os 30 anos da Unipaz, entre 7 e 10 de setembro
de 2017, em Brasília.
Durante várias apresentações em todo o encontro, a água revelou-se
um assunto de interesse para muitas pessoas. O tema é muito oportuno nesse
contexto em que Brasília passa por racionamento e no qual a crise hídrica se alastra por regiões
do Brasil que antes apresentavam abundância de água. Além disso, as mudanças climáticas
planetárias trazem mais catástrofes e
desastres, com secas e inundações, pois a água responde rapidamente a
alterações de temperatura, se evapora, aumenta a umidade do ar e chove mais
intensamente.
A elaboração da carta foi participativa e ocorreu em três
etapas. Formaram-se grupos de seis pessoas em círculo, que pensavam sobre o tema e cada um falava uma
palavra que o evocasse.
As seis palavras foram anotadas numa folha de papel e
repassadas para outro grupo, que formava com elas uma frase em geral de tom
poético, escrita numa folha de cartolina grande. Cada palavra na carta é como uma gota de água
num rio, que se relaciona com as demais e forma um sentido. Alguns grupos agrupam de modo diferentes as seis
palavras e produzem mais de uma frase, mas somente uma delas permanece na carta
final.
Um participante de cada grupo carregou o cartaz com a frase
e todos se alinharam de frente para os participantes. Nas váris cartelas,
algumas palavras se repetiram, tais como gratidão, fluidez, transparência,
revelando o que se encontra na consciência de cada um.
Cada integrante do grupo de seis diz uma palavra. |
Outro grupo forma frases com as palavras anotadas. |
O conjunto das frases é ordenado para resultr na Carta "Água, meu Amor". |
Os cerca de 20 cartazes eram então
trocados de lugar para formar a introdução, o meio e a conclusão da carta. Ao
final se alinhavaram as frases, com pequenas edições para evitar repetições, e
estava pronta a carta.
A construção participativa da carta exigiu maestria da
arquiteta que conduziu a dinâmica coletiva. O exercício não exige grande
esforço racional de cada indivíduo, que contribui com sua gotinha na forma de
uma única palavra.
Seu tom é poético, mais do que discursivo ou racional e
expressa mais sentimentos e emoções em relação à água do que raciocínios lógicos
tecnicamente estruturados. Uma carta em tom poético tem maior poder de sensibilização
para as pessoas do que um texto intelectualizado. A poesia e a arte atuam sobre
os sentimentos e as emoções fundamentais. Já a razão organiza aquilo pelo que
se mobilizam as pessoas.
A carta “Água meu amor” é uma gota importante no conjunto de
iniciativas para se formar uma nova consciência sobre a água, que influencie
novas atitudes e comportamentos que cuidem dela, a protejam como um patrimônio
sagrado e valioso sem o qual não se realiza a vida.
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