Entre
as causas que levam as pessoas à miséria estão as doenças, a velhice,
ser atingido por desastres, sofrer o impacto de outra cultura e ser
pouco resiliente ou capaz de adaptar-se aos impactos e choques sofridos.
Os
atingidos por eventos climáticos extremos – inundações, deslizamentos
de encostas, furacões, elevação do nível dos mares etc, - quando não
perdem a vida, frequentemente perdem o que tinham de bens materiais:
casas, móveis, equipamentos domésticos, carros. O produto do trabalho de
anos desaparece em minutos, sendo dificilmente recuperável. Pessoas
atingidas por desastres tendem a mergulhar na piscina da miséria.
Mudanças climáticas produzem e redistribuem miséria.
Filipinos,
habitantes de ilhas no Pacífico em vias de extinção por afogamento e
refugiados ambientais atingidos por desastres ficam entregues à própria
sorte, num salve-se quem puder diante da falta de capacidade para
atender a todos os que precisam de socorro. As mudanças climáticas
também podem agravar desigualdades socioeconômicas, pois os mais
vulneráveis a perdas são aqueles que menos podem se defender e encontrar
alternativas, induzidos a ocupar áreas de riscos de inundações,
deslizamentos de terra etc.
Por
outro lado, a miséria pode agravar as mudanças climáticas. Assim
ocorre, por exemplo, quando para sobreviver, pessoas precisam desmatar e
emitem gases de efeito estufa. A riqueza material também pode produzir
mudanças climáticas, pois uma pesada pegada ecológica e de carbono
exerce pressão e impacto sobre o ambiente e o clima. Estilos de vida
pessoais e coletivos que desperdiçam, que sejam energeticamente
ineficientes, tais como hábitos alimentares que levam ao desmatamento
agravam problemas ambientais.
Em
alguns casos, a mudança climática pode produzir riqueza. Isso ocorre,
por exemplo, em áreas de clima frio que se tornam temperadas e
agricultáveis, como na Rússia, no Canadá, no Alaska e nas terras
próximas ao Ártico. Alguns setores da economia também se fortalecem,
tais como os de atendimentos a desastres.
Grande
parte dos desastres climáticos se associa ao ciclo da água, por ser
ela um componente presente na dinâmica climática, o elemento da natureza
que mais diretamente se altera com as mudanças de temperatura. Quando a
temperatura esfria ela se congela, quando o tempo esquenta ela se
evapora. Com tais variações de temperatura, algumas regiões sofrem
maiores secas, outras sofrem maiores inundações, escassez e excesso de
água. O ciclo da água se altera à medida que se maior emissão de gases
de efeito estufa transforma o ciclo do carbono e outros ciclos
biogeoquímicos.
Para
se enfrentar os desastres climáticos que levam as pessoas à miséria
deve-se atuar depois que eles ocorreram e produziram seus danos, mas
principalmente, prevenir para que as pessoas sejam menos atingidas. Em
cada localidade, uma gestão consciente pode adotar posturas prudentes,
tais como não ocupar áreas de risco e montar sistemas de alerta e de
prevenção. Assim, reduz-se uma das componentes que geram a miséria
material.
Compreender
as mudanças climáticas, atuar no sentido de que sejam prevenidas e,
também, adaptar-se a elas, é uma forma abrangente, generosa e
esclarecida de atuar por maior justiça social e pela redução da miséria.
O cidadão consciente tem papel fundamental ao se comportar de modo
ecologicamente responsável e ao atuar para que os governos, em todos os
níveis, bem como as empresas, também adotem tal padrão de comportamento.
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