quinta-feira, 25 de agosto de 2022

A água e a pandemia

 

A higienização se faz em várias escalas, do ser humano interior ao indivíduo, à casa, do bairro à cidade, da região ao país e ao mundo. Figura: Pierre Dansereau

 A pandemia explicitou a desigualdade social, com muita gente sem ter condições de lavar as mãos por falta de saneamento. Bilhões de pessoas no mundo e 40 milhões no Brasil não dispõem de acesso a água em suas casas. Os pobres são os mais duramente afetados pela doença.

Na pandemia evidenciou-se a relação entre saúde, água e saneamento.  A água suja ou contaminada por coliformes, nutrientes como nitrogênio e fósforo e outras substâncias, prejudica a saúde e a qualidade de vida humana e do ambiente. Constatou-se a presença de coronavirus nos esgotos.

Uma das principais estratégias para evitar que as epidemias tenham um alto custo em doentes e mortos é prover água e coleta de esgoto onde as pessoas moram. Investir no saneamento ambiental reduz a sobrecarga sobre os postos de saúde e hospitais.

Universalizar o saneamento básico é prioridade para evitar os custos sociais e humanos de uma pandemia.

Com a pandemia, a questão da saúde readquiriu importância no urbanismo. A visão sanitarista mostrou sua importância e evidenciaram-se os custos que a sociedade paga em vidas e sobrecarga nos sistemas hospitalares quando se descuida da saúde ambiental e urbanística.

Investir no saneamento ambiental, no tratamento de esgoto, para reduzir a sobrecarga da demanda sobre os postos de saúde e hospitais.

A crise sanitária representada pela pandemia da COVID-19 despertou a consciência para a necessidade de conservar a saúde integral, e não apenas tratar corretivamente das doenças.

A saúde pública se beneficia da boa saúde ambiental. Ambientes doentes adoecem as pessoas. O verbo higienizar se tornou de uso corrente durante a pandemia.

Lavar as mãos com água e sabão é uma boa medida para evitar a propagação de várias doenças e da COVID-19; aplicar água sanitária nos objetos para desinfetá-los; usar o vaso sanitário para recolher os dejetos humanos; aplicar a engenharia sanitária para prover água, esgoto, drenagem, gestão dos resíduos numa cidade; preservar a saúde ambiental do planeta evitando sua febre, medida pelo aquecimento global: esses são alguns dos modos de sanitarização do ambiente.

Sanitarizar, no sentido da saúde integral, inclui restaurar ecossistemas e ambientes naturais, mudar padrões de consumo pouco saudáveis; preparar os ambientes urbanos para dar condições de saúde física aos habitantes e de saúde mental e emocional para que tenham bem-estar e qualidade de vida; nas cidades, prover o saneamento básico; no planeta, reduzir a emergência climática por meio de uma reinvenção dos hábitos de consumo e de produção humanos.

A sanitarização da vida é uma meta associada com o controle da poluição e que pode se realizar do global ao pessoal, do doméstico ao regional com benefícios para a saúde ambiental e para a saúde humana.

Além dos aspectos ligadas à higiene corporal e ambiental deve-se prestar atenção à higiene mental e emocional. Manter a paz mental, reduzir a raiva, o medo e a ansiedade são necessários para se lidar com situações externas turbulentas como uma pandemia.

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