Maurício Andrés Ribeiro
Brejos, veredas, pântanos, charcos,
várzeas inundáveis, leitos de inundação de rios são alguns dos tipos de áreas úmidas existentes. Elas têm importante papel
para a vida e oferecem serviços ecológicos, como pontos de parada de aves
migratórias e outras espécies. Em geral situadas em áreas planas e em lugares mais baixos, elas
recebem as águas que drenam das partes mais altas das bacias hidrográficas em que
se localizam. Em geral são ambientes com
águas em movimento lento ou quase parado, propício como berçários para diversas
formas de vida. As áreas úmidas contêm 2,6% do total das águas doces na
superfície no planeta e tem um papel biológico relevante como sítios de
reprodução de espécies. Elas podem ser de pequeno, médio ou grande porte.
Os sítios Ramsar (Ramsar é a cidade no Irã onde se
aprovou a convenção internacional sobre o tema, da qual o Brasil e signatário
desde 1996) são as zonas úmidas classificadas como de importância ecológica
internacional, reconhecidas como merecedoras de proteção. No Brasil,
o Comitê Nacional de Zonas Úmidas (CNZU)
classificou áreas em parques nacionais e estaduais, reservas
biológicas, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental. O Pantanal
mato-grossense é uma das mais conhecidas.
Como os pântanos e charcos se associam
áreas pouco salubres onde proliferam vetores de doenças, são frequentes os movimentos
para eliminá-los.
Intervenções humanas sobre as áreas
úmidas, visando seu aproveitamento econômico imediato e para expandir os terrenos
para produção agrícola e para a pecuária, levam a intervenções equivocadas ao
não considerarem a importância dessas zonas úmidas. No Brasil, na década dos
anos 70, implantou-se um programa denominado Programa nacional para
aproveitamento de várzeas irrigáveis - Provárzeas, que drenava as áreas pantanosas para
liberá-las para o plantio e uso. Normas que permitem a drenagem de áreas úmidas
para viabilizar o seu aproveitamento agrícola continuam a ser adotadas, o que
provoca prejuízos e efeitos colaterais indesejáveis. Para protege-las um pré-requisito é reconhecer
e valorizar os serviços ambientais e ecossistêmicos que elas prestam.
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