Estação de coleta de dados hidrometeorológicos na ANA em Brasília.
A gestão das águas
necessita de coleta de dados e de números e séries históricas que dêem
embasamento às decisões.
Dados numéricos sobre as chuvas e as vazões dos rios são
coletados continuamente. Para a coleta dos dados ser feita com responsabilidade
é preciso o preparo técnico e ético dos hidrometristas. Com isso evitam-se os
dados falsos, fraudados ou inventados.
Do mesmo modo, uma maior consciência da sociedade sobre a importância
desses dados e adequada vigilância e segurança podem evitar vandalismo,
destruição e furto de equipamentos de medição.
Os dados coletados são interpretados e tornam-se informação e
conhecimento aplicável para a tomada de decisões sobre questões como: quanto uso deve ser autorizado, como operar
um reservatório para evitar riscos de exaustão, onde construir uma usina
hidroelétrica. Eles também são a base
para lidar com as emergências de secas e enchentes, como se faz nas salas de
crise e salas de acompanhamento das crises hídricas.
As séries hidrológicas de dados sobre chuva e vazão servem
de baliza para o planejamento hidroenergético e para a previsão de ações nas
áreas de saneamento e agricultura. Nesse contexto, faz sentido fortalecer o
monitoramento hidrometeorológico e manter atualizados os bancos de dados e
informações hidrológicas, disponibilizar dados e informações à sociedade por
meio das Tecnologias da Informação e instalar radares meteorológicos.
Com a emergência climática, a tradicional gestão de recursos
hídricos baseada em dados de chuva e vazão medidos em séries históricas corre o
risco de não dar respostas às circunstâncias e situações concretas que se
apresentam de agora em diante. Eles perdem confiabilidade diante dos eventos
imprevisíveis e atípicos que se tornam mais frequentes, tais como cheias,
chuvas intensas, secas prolongadas.
Quando os dados não são mais previsíveis, pois o clima se comporta de
acordo com novos normais antes inexistentes, aumentam as inseguranças e por
vezes escapa-se por um triz dos colapsos e desastres.
O conhecimento sobre a qualidade das águas depende de dados
obtidos por meio de monitoramento, analisados em laboratórios com procedimentos
padronizados, por pessoas capacitadas para realizar essa avaliação e para
divulgar os resultados das análises.
Estação de coleta de dados hidrometeorológicos na ANA em
Brasília.
Pode-se utilizar, de
vários modos, os dados, informações sobre a água que estão disponíveis na
internet e nas plataformas da inteligência artificial.
Na área
das águas há sistemas de informações sobre recursos hídricos, sistema de
informações sobre meio ambiente, sistema de informações sobre saneamento,
sistema de informações sobre segurança de barragens e muitos outros. Muitas
vezes falta integração entre os diversos sistemas criados no âmbito nacional
com os que são usados no âmbito dos estados e dos municípios e os sistemas não
conversam entre si, o que prejudica a produção do conhecimento, para além das
informações.
A produção, organização e disseminação de informações
confiáveis sobre a situação e sobre a disponibilidade de água são essenciais
para seu gerenciamento e para criar uma consciência coletiva sobre o tema.