A
sustentabilidade se colocou como uma
meta a partir do final do século XX. Adotaram-se a partir de então os 5 Rs: repensar, recusar, reduzir, reutilizar
e reciclar. Esses 5Rs se aplicaram no campo das águas e um deles se traduziu nas
tecnologias de reúso das águas.
O
reúso é a reutilização de uma água que já serviu para outras finalidades,
depois de devidamente tratada. O reuso reduz descarga de poluentes
racionaliza e conserva recursos hídricos
para o abastecimento público. O reuso possibilita economizar água e cortar
custos para empresas e companhias de
saneamento. Reduz a retirada de água da natureza para os processos industriais.
No Brasil, desde
o início do século XXI desenvolveram-se
estudos. Um deles tratava sobre um Programa de reúso agrícola de efluentes tratados no Semiárido Brasileiro”. Estudou-se a eficiência de uso de Água em Edifício
Residencial e em edificações públicas, em municípios de pequeno porte. Este
edital e o anterior, em conjunto, foram a iniciativa inicial da ANA com vistas
ao desenvolvimento de um Programa de Reúso de Água. No Ceará criou-se um Centro
de Treinamento, Demonstração e Desenvolvimento em Reúso Agrícola de Água . Estudou-se
no Rio Grande do Sul a criação de Estação de Tratamento do Lodo do Esgoto
Doméstico e reúso de água na produção de mudas para reflorestamento. Em 2018 foi
proposta uma Política de Reúso de Efluente Sanitário Tratado no Brasil. No Conselho
Nacional de Recursos Hídricos a
resolução 54 de 2005 estabeleceu regras para o reúso direto não potável de água.
Em
11 de setembro de 2022 o programa Cidades&Soluções, do jornalista André
Trigueiro, apresentou vários exemplos de reúso de água. Numa escola no Rio
Grande do Norte implantaram-se sistemas para o tratamento de água usada e seu
aproveitamento em irrigação em quintais. Numa lavanderia de tapetes em São Paulo separam-se os poluentes
e ela é novamente utilizada, proporcionando economia de água tratada. No AquaPolo, empreendimento dedicado
exclusivamente ao reuso, recebem-se as águas de esgoto, que são tratadas e
depois fornecidas a industrias com a qualidade adequada para seus processos
industriais. Numa fazenda em São Paulo,
o esterco do curral é lavado e reaproveitado nas plantações. Uma fábrica de
pneus, grande consumidora de água, passou a usar água de reuso, mais confiável
em seu fornecimento do que o uso de água de poços, que pode um dia faltar e é mais
econômica do que a água fornecida pela concessionária. Naquele programa,
ressaltou-se que muitas cidades, sem saber, estão sendo abastecidas com águas
de reuso, pois usam como mananciais rios poluídos pelos esgotos de cidades
situadas rio acima na mesma bacia hidrográfica
e cujas águas precisam ser tratadas e tornadas águas potáveis.
Em
2022 um grupo de trabalho sobre reuso no
CNRH, se debruça sobre a produção de uma
norma nacional que regule o tema. Normas claras podem evitar a contaminação de
solos com poluentes, o descarte inadequado do lodo de esgoto ou dos resíduos
que decantam depois do tratamento da água. Os órgãos
ambientais precisam definir padrões de
qualidade ambiental associados à água de reúso para produção agrícola e cultivo
de florestas plantadas, de modo a evitar a contaminação de solos.
A
Estratégia Global para a Administração da Qualidade
das Águas, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e da Organização
Mundial da Saúde propõe o reuso planejado
da água e define que, a não
ser que haja grande disponibilidade, nenhuma água de boa qualidade deverá ser
utilizada em atividades que tolerem águas de qualidade inferior. Essa diretriz
internacional ajuda a impulsionar os programas de reúso da água.
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