Maurício Andrés Ribeiro
“Era uma vez três porquinhos que viviam com a sua mãe.
Um dia ela lhes disse:
– Filhos, vocês têm que construir as suas casas.
O porquinho pequeno era trabalhado
r, o do meio
era trapalhão e o maior era preguiçoso.
O preguiçoso fez a casa de palha para ser rápido.
O do meio fez a casa de madeira. O mais novo
fez a sua com cimento e tijolos. Um dia, o lobo
mau derrubou com um sopro a casa do mais velho
e com outro sopro a casa do porquinho do meio.
Amedrontados, eles correram para a casa do irmão
mais novo. O lobo soprava e soprava, mas a casa
era forte e ele não conseguiu derrubá-la.
Os porquinhos ficaram felizes e fizeram uma festa.”
O lobo mau das crises climáticas exige reforços na construção e
edificação de obras de infraestrutura, para que elas resistam aos sopros fortes
dos eventos críticos relacionados com a escassez ou o excesso de água.
Frei Rosário, que viveu durante décadas no alto da Serra da Piedade, em
Minas Gerais, região sujeita a fortes ventanias, tinha uma postura firme em
relação às questões de segurança nas obras desse local. Ele sempre reforçava as
estruturas das edificações com ferros que garantissem uma segurança extra, tal
como se usava nas catedrais góticas da Idade média. Ele referia-se a esse
reforço como o coeficiente monástico. Um reforço na segurança das construções será valioso nos tempos que
virão, nos quais eventos críticos ocorrerão com maior intensidade e frequência.
Utilizar o coeficiente monástico e reforçar as estruturas para resistirem a
tempestades é uma medida de prudência; as normas de edificação precisam ser
revistas. Estruturas mais fortes resistem à força do sopro do lobo mau das emergências
climáticas.
Nos anos recentes, a crise hídrica chegou às áreas mais
urbanizadas, densamente povoadas e industrializadas do país e acendeu-se uma
luz de alerta sobre o tema.
No mundo contemporâneo a água se
tornou um tema vital que afeta a segurança, a saúde, a economia, a moradia, o
dia a dia das pessoas.
Cada setor de atividade precisará se adaptar: assim, as estruturas
construídas em regiões costeiras evitarão áreas de alto risco; os lugares
costeiros propensos a danos por tempestades podem ser usados para recreação ou
conservação e serem mantidos sem edificações.
Os eventos críticos colocam em destaque o tema da segurança hídrica, que
envolve a garantia do abastecimento e a redução da exposição a riscos oriundos
desses eventos.
Por meio de trabalho coordenado e planejado é possível reduzir os danos
causados por esses problemas. Algumas formas de prevenir as consequências
críticas dos desastres são a previsão do tempo detalhada localmente; ações da
Defesa Civil, com alertas e medidas mitigadoras; comunicação à população para
entender as mensagens de alerta e nelas confiar, agindo de forma a reduzir
danos; elaboração de planos anuais de prevenção de desastres; bem como a ação
participativa e com alto conteúdo técnico na operação de reservatórios. A
coordenação é essencial em momentos de crises e na sua prevenção.
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