terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

SEGURANÇA DIANTE DE EVENTOS CRÍTICOS

 Maurício Andrés Ribeiro



 

“Era uma vez três porquinhos que viviam com a sua mãe.

Um dia ela lhes disse:

– Filhos, vocês têm que construir as suas casas.

O porquinho pequeno era trabalhado
r, o do meio

era trapalhão e o maior era preguiçoso.

O preguiçoso fez a casa de palha para ser rápido.

O do meio fez a casa de madeira. O mais novo

fez a sua com cimento e tijolos. Um dia, o lobo

mau derrubou com um sopro a casa do mais velho

e com outro sopro a casa do porquinho do meio.

Amedrontados, eles correram para a casa do irmão

mais novo. O lobo soprava e soprava, mas a casa

era forte e ele não conseguiu derrubá-la.

Os porquinhos ficaram felizes e fizeram uma festa.”

 

O lobo mau das crises climáticas exige reforços na construção e edificação de obras de infraestrutura, para que elas resistam aos sopros fortes dos eventos críticos relacionados com a escassez ou o excesso de água.

Frei Rosário, que viveu durante décadas no alto da Serra da Piedade, em Minas Gerais, região sujeita a fortes ventanias, tinha uma postura firme em relação às questões de segurança nas obras desse local. Ele sempre reforçava as estruturas das edificações com ferros que garantissem uma segurança extra, tal como se usava nas catedrais góticas da Idade média. Ele referia-se a esse reforço como o coeficiente monástico. Um reforço na segurança  das construções será valioso nos tempos que virão, nos quais eventos críticos ocorrerão com maior intensidade e frequência. Utilizar o coeficiente monástico e reforçar as estruturas para resistirem a tempestades é uma medida de prudência; as normas de edificação precisam ser revistas. Estruturas mais fortes resistem à força do sopro do lobo mau das emergências climáticas.

Nos anos recentes, a crise hídrica chegou às áreas mais urbanizadas, densamente povoadas e industrializadas do país e acendeu-se uma luz de alerta sobre o tema.

No mundo contemporâneo a água se tornou um tema vital que afeta a segurança, a saúde, a economia, a moradia, o dia a dia das pessoas.

Cada setor de atividade precisará se adaptar: assim, as estruturas construídas em regiões costeiras evitarão áreas de alto risco; os lugares costeiros propensos a danos por tempestades podem ser usados para recreação ou conservação e serem mantidos sem edificações.

Os eventos críticos colocam em destaque o tema da segurança hídrica, que envolve a garantia do abastecimento e a redução da exposição a riscos oriundos desses eventos.

Por meio de trabalho coordenado e planejado é possível reduzir os danos causados por esses problemas. Algumas formas de prevenir as consequências críticas dos desastres são a previsão do tempo detalhada localmente; ações da Defesa Civil, com alertas e medidas mitigadoras; comunicação à população para entender as mensagens de alerta e nelas confiar, agindo de forma a reduzir danos; elaboração de planos anuais de prevenção de desastres; bem como a ação participativa e com alto conteúdo técnico na operação de reservatórios. A coordenação é essencial em momentos de crises e na sua prevenção.

 

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