sexta-feira, 19 de abril de 2024

Maria Helena Andrés e a ecologia humana

Os seres humanos tornaram-se co-gestores da evolução no planeta.

Nossa espécie adaptou-se a diferentes situações climáticas e desenvolveu a capacidade de alterar os ambientes. O ser humano  tem necessidades básicas de alimentos, água, moradia, roupa, saúde, educação. Precisa movimentar-se, alimentar-se, recrear, trabalhar, morar, circular. Usa recursos da natureza e causa impactos sobre o ambiente, consome  e desperdiça recursos, polui e degrada.  Afetou a vida e a capacidade de sobrevivência de muitas outras espécies. 

 Tem capacidade de transformar e de restaurar os ecossistemas, de criar novas paisagens, desenvolver atitudes e comportamentos amigáveis na relação  com o planeta. Pode adotar estilo de vida de baixo impacto, a simplicidade voluntária e a frugalidade. Pode evitar relações desarmônicas de predação,  escravagismo  e opressão com as demais espécies vivas.  Podem convergir e construir denominadores comuns em direção à unidade da espécie. Somos todos terráqueos.  

A ecologia humana focaliza a nossa espécie - uma entre  as  milhões existentes no planeta - em suas relações com as demais espécies vivas e com o ambiente. 

O corpo humano foi retratado por artistas como Leonardo da Vinci, Picasso, os impressionistas, os renascentistas e por fotógrafos  como Henri Cartier Bresson e Sebastião Salgado. Ao fazê-lo, por vezes revelavam o que se passa na mente, nas emoções e na alma das pessoas.

Maria Helena Andrés pintou e desenhou figuras humanas ao longo de toda a sua vida artística desde seus estudos na Escola Guignard.

Modelo. Escola Guignard, Lápis. 1944.

Em viagens para uma fazenda no interior de Minas Gerais, pintava os trabalhadores rurais em suas tarefas.

Trabalhador rural . Aquarela. anos 1950

Em sua fase construtivista, nos anos de 1950,  desenhou figuras humanas em estilo concretista.

Estudo para quadro, 1952

Família - aquarela  1950 

Quando formou sua família, a partir dos anos 1940, fez autorretrato, desenhou e pintou seus filhos e netos. Ela escreveu: “Comecei a estudar pintura muito cedo, ainda adolescente. Desenhava retratos e caricaturas de meus familiares, nas festas de aniversário. “

Retrato de Luiz e auto-retrato, 1945, lápis.


Estudos para figura de criança - lápis - anos 1950

Bebê- aquarela - 1950

Seis irmãos  - óleo sobre tela, 1965.

Mãe e filho - aquarela  - 1976

Menina - acrílica sobre tela, 1988

Em suas viagens, desenhava os tipos humanos, tais como os da América Latina e da Índia.

Família nos Andes, Cuzco, Peru. 









Desenhou figuras humanas em ilustrações, para o livro A Água fala em 2015. 

Nos anos 2020 desenhou muitos cartões com figuras humanas, com os quais presenteou os familiares em seus aniversários e em festas e comemorações.



Em seus textos, ela sempre valorizou a Unidade Humana, para além das diversidades. E enfatizou a grandeza da natureza em pinturas como esta que revela um casal de humanos diante de um cosmos incendiado. Essas pinturas situam a escala dos seres humanos no contexto da natureza e da ecologia cósmica. Ela escreveu que “Colocar o homem como dono e não como ponto pequenino na paisagem gera uma série de erros irremediáveis.”

Maria Helena Andrés, como escritora, pintora, desenhista e  ilustradora de livros, situou o ser humano. no contexto da escala cósmica.



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