terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

CIÊNCIAS DA ÁGUA

 


 

As ciências ajudam a compreender de modo integral o ciclo da água e expandem a hidroconsciência. A física e a química, a hidrologia, a oceanografia, a climatologia, a hidrogeologia, são ciências naturais que a estudam. As ciências da saúde e biológicas focalizam a sua presença na biosfera e no ser humano. As ciências humanas e sociais a abordam pelo ângulo das suas relações com as sociedades e indivíduos. As ciências ecológicas são permeadas pela água.

Cada ciência estuda aspectos e ângulos específicos da água: a Física estuda seus estados físicos, seu calor específico, sua tensão superficial e densidade anômala. A Química estuda a estrutura molecular (H₂O), as ligações de hidrogênio, sua qualidade de ser solvente universal, as reações químicas, a osmose e os processos de transporte celular. A Biologia a estuda como elemento essencial à vida, como meio de transporte de substâncias, sua função de regulação térmica dos organismos, as reações metabólicas e bioquímicas essenciais, como a fotossíntese e a respiração celular.  Na fotossíntese, a água é quebrada para liberar oxigênio, enquanto na respiração celular, a água é um dos produtos finais. 

Além dessas, outras ciências lidam com a água, cada uma focando em diferentes aspectos e aplicações. Na Geologia estudam-se as águas subterrâneas, a geodinâmica fluvial e a glaciologia, o estudo do gelo e das geleiras. A Ecologia inclui a ecologia aquática e a Limnologia, que estuda os ecossistemas de lagos e rios.  Outros campos são as Engenharias, como a Hidráulica e a Hidrologia, a Meteorologia, a Oceanografia, a Agronomia, a. Climatologia, a Saúde Pública, o Direito e Políticas Públicas, a Antropologia e a Sociologia.

Esses campos das ciências por vezes trabalham de maneira interdisciplinar, colaborando para compreender e resolver os desafios relacionados à água, tais como escassez, poluição, gestão sustentável dos recursos hídricos e conservação dos ecossistemas aquáticos.

A consciência da crise hídrica é divulgada por estudos científicos; os relatórios do IPCC – Painel intergovernamental de cientistas sobre a crise do clima – apontam-na como elemento chave nas estratégias de adaptação. 

A vulgarização do conhecimento científico é feita por cientistas com linguagem inteligível para o grande público. Um dos mais conhecidos foi o astrônomo Carl Sagan; no Brasil, Antonio Donato Nobre e os rios voadores; Altair Sales Barbosa em seus estudos sobre o cerrado.

Cientistas e técnicos alertam, a partir do seu conhecimento especializado, sobre temas que escapam à percepção direta, como os riscos à saúde humana e das águas, as emergências climáticas, a contaminação de águas subterrâneas, os resíduos radioativos. Entretanto, quando tais alertas não estão formulados em linguagem comunicativa e estão desacompanhados de soluções para os problemas, eles tendem a saturar e criar uma insensibilidade, como defesa psicológica e a serem negados ou ignorados, para que não se constituam numa camada adicional de preocupações. O negacionismo da ciência pode funcionar como uma defesa psicológica contra verdades inconvenientes que podem gerar insegurança, dar trabalho e exigir esforços para serem resolvidas.

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