terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

ORIGEM DA ÁGUA NA TERRA

 

O astrônomo e divulgador das ciências Carl Sagan disse que todos somos poeiras de estrelas.  Essa é uma parte da verdade. Somos também água de estrelas.

Há várias hipóteses para a origem da água existente na Terra.  Alguns propõem que ela surgiu a partir do choque de corpos celestes gelados provenientes da nuvem de Oort. Essa nuvem pode abrigar entre um e cem bilhões de cometas e asteroides, está localizada a quase um ano-luz do Sol e sua parte externa define o limite gravitacional do Sistema Solar.  As nuvens interestelares que dão origem a estrelas e planetas contêm moléculas de água em sua composição. Ela teria vindo especificamente do cinturão de Kuiper, existente para além da órbita de Netuno, onde existem mais de 100 mil corpos celestes compostos principalmente de gelo de água e outros materiais.

 



A água no Cinturão de Kuiper e na nuvem de Oort. Fonte: Wikimedia

Outros estudos astronômicos propõem que ela tenha vindo do cinturão de asteroides situado entre as órbitas de Marte e de Júpiter e do grupo dos asteroides troianos na órbita de Júpiter.

Acredita-se que a maior parte da água presente no nosso planeta tenha origem nos primeiros estágios do sistema solar, há cerca de 4,6 bilhões de anos, quando a Terra estava se formando a partir da nebulosa solar. O cosmos é a origem da substância que se formou na junção do hidrogênio com o oxigênio. Cada vez mais se constata a presença da água líquida em inúmeros corpos celestes, como por exemplo em Europa, uma das luas de Júpiter ou em Titã, lua de Saturno, que contêm água congelada em sua superfície e subsuperfície.

A água pode ter sido trazida por cometas e asteroides que colidiram com a Terra durante o período conhecido como "bombardeio pesado tardio", aproximadamente entre 4,1 e 3,8 bilhões de anos atrás. Esses corpos celestes continham grandes quantidades de gelo e compostos voláteis, contribuindo para a quantidade de água no planeta. Ela viaja pelo espaço nas caudas dos cometas, compostos principalmente de gelo de água misturado com poeira e outros materiais e é aspergida sobre os corpos celestes que passam por suas órbitas. A hipótese da panspermia vê os cometas como espermatozoides cósmicos que fecundam os corpos celestes (óvulos) em seu caminho e ali criam as condições para florescer a vida.

Inicialmente, a atmosfera primitiva da Terra era composta principalmente por vapor d'água, proveniente de processos vulcânicos e de impactos de cometas e asteroides ricos em gelo. À medida que o planeta esfriava, a água começou a condensar-se e cair na forma de chuva, formando os oceanos primitivos.

 A Terra tornou-se um lugar com água em estado líquido, atmosfera, solo fértil, elementos favoráveis à vegetação e à vida animal. No deserto dos espaços siderais interplanetários a Terra tornou-se um oásis com condições ambientais propícias ao surgimento e evolução da vida.

Nesse campo sempre surgem novidades. Novas descobertas são feitas regularmente à medida que se expande nossa compreensão do cosmos e do planeta. Recentemente divulgou-se a existência de um vasto oceano subterrâneo na Terra, de onde pode ter se originado a água líquida existente no planeta.[1]

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