terça-feira, 14 de maio de 2024

Maria Helena Andrés e a ecologia integral


Em sua origem, a ecologia estudava os bichos, as plantas e sua interação com o ambiente. Depois  ela se ampliou e permeou muitos outros campos do conhecimento humano.  Incluiu a inserção humana na natureza, assim como  os aspectos  corporais, mentais, emocionais e espirituais do ser humano e sua vida cultural e social, coletivamente. 

Cada artista tem  sua abordagem para as questões ecológicas. Os artesãos trabalham com a  cerâmica de barro, a cestaria com  fibras vegetais; a joalheira, com metais. Indígenas usam pigmentos naturais na pintura corporal. Artistas reciclam materiais ou usam terra, galhos de árvores e outros objetos da natureza em suas obras. Outros artistas pintam jardins, flores, água e paisagens naturais. 

Maria Helena Andrés expressou em sua obra diversas facetas da ecologia. A abordagem da ecologia vegetal começa nos anos 1940 e estende-se até a década de 2020.

Parque Municipal de Belo Horizonte,  aquarela, 1944.

Flor do cerrado. bico de pena. Diamantina, 2022.

Ela desenhou temas da  ecologia humana e das pessoas,

Bebê,  aquarela. 1950. 


a ecologia cultural,

Festa de São João, óleo sobre tela, 1954.


 a ecologia cósmica, 

Acrílica sobre tela, 1960s.


a ecologia urbana e as cidades,

Vista de Belo horizonte, óleo sobre madeira, 1955.

Cidade iluminada, óleo sobre tela, 1955.


os céus, 

Acrílica sobre tela, 1970s.


as montanhas,

 

Acrílico sobre tela, 1970s.


a água,

 

Baía de Guanabara, Óleo sobre madeira, 1944.


os bichos,

Boizinhos, aquarela,  1948

Boizinhos, desenho sobre papel, 1950s.


Boizinho, escultura em aço, anos  2000.


a energia,

Painel energia em Movimento, Cemig, 1985.


a vida interior e espiritual,

Madona barroca, acrílica sobre tela, 1960s. 


a ecologia do  ser,

Escultura em aço. Fita de Moebius -  a unidade dos dois lados da fita. 2000.


Como ilustradora, ela  desenhou temas ecológicos nos livros Meio Ambiente & Evolução humana, A água fala, Ondas à procura do mar, Pepedro nos caminhos da Índia e no Álbum oriente-ocidente, integração de culturas.

Ilustração para o livro Meio Ambiente & Evolução Humana, 2013.


Ilustração para o Álbum Oriente-Ocidente, integração de culturas, 1984.


Ilustração para o livro "Pepedro nos Caminhos da Índia", 1986.

Pensadora, pesquisadora, escritora, ilustradora de livros, pintora, escultora, desenhista, arte-educadora, ela evoluiu por vários campos da ecologia. Por sua versatilidade e facilidade de se expressar em várias linguagens, ela passou por mutações, mas sempre manteve o rumo  de sua busca pela essência, a síntese e a unidade. 

Mandala, símbolo da unidade. Acrílica sobre tela.1980s.

Ecologia cósmica. A terra no cosmos. Ilustração para o livro A água fala.







segunda-feira, 13 de maio de 2024

A Ecologia social na obra de Maria Helena Andrés


As populações humanas formam  sociedades e seus subgrupos: famílias, tribos, comunidades, associações, sindicatos, torcidas, gangues. Diferenciam-se por gênero, raça, cor ou idade. Algumas sociedades são hierarquizadas em classes ou castas, que mantêm entre si relações de cooperação ou de competição. Quando aumentam as populações e as aspirações de consumo, tornam-se mais agudas as disputas pelos recursos naturais, com ou sem violência. Sociedades que aprenderam a se relacionar de modo amigável com a natureza sobreviveram. Outras, que não souberam fazer isso, entraram em colapso e se extinguiram.  

Uma pirâmide social - Ilustração de MHA para o livro Meio Ambiente & Evolução humana, 2013.


A ecologia social estuda as relações entre os agrupamentos humanos e seu ambiente. Analisa como os distintos grupos sociais são  impactados por ações individuais ou coletivas e pela dinâmica da economia.

Vários artistas retrataram a realidade social. Sebastião Salgado fotografou trabalhadores. Henri Cartier-Bresson  viajou pelo mundo  e fotografou diversos tipos humanos. Pintores como Portinari, Di Cavalcanti e outros pintaram tipos variados de brasileiros em seus ambientes. 

Em suas viagens pelo mundo, Maria Helena Andrés testemunhou e desenhou a diversidade social. Na Índia, a sociedade mais diversificada existente no planeta, ela conheceu  conceitos e cosmovisões de como lidar com a diversidade humana de modo não violento. Ali respirou ares democráticos e desenhou comícios nos quais partes da sociedade se movimentam para defender seus interesses.

Comício político. Ilustração  no livro Pepedro nos caminhos da  Índia, 1986

Ilustrações para o livro Pepedro nos caminhos da Índia

As micro identidades, que realçam as diferenças, tendem a gerar fragmentações, preconceitos, separações, intolerância e violência. A consciência da mega identidade durante catástrofes induz à união e à solidariedade. Somos todos terráqueos, frágeis e num mundo perigoso. A consciência dessa macro identidade nos une.

Maria Helena valoriza a essência, a síntese e a unidade, para além das diversidades. Sua visão holística realça as convergências entre o que é diverso. Ela escreveu sobre a unidade humana e a consciência planetária e cósmica: “Realmente, cada vez mais, tomo consciência da interdependência ligando pessoas, natureza, ideias, sensações, sonhos. A nossa unidade com a natureza e o Universo vai se tornando cada vez mais uma realidade. Não somos separados, somos Um!”

Ilustração para o livro "Pepedro nos caminhos da Índia", 1986.


quinta-feira, 9 de maio de 2024

A ecologia interior na obra de Maria Helena Andrés

 

O ser humano é um agente da transformação acelerada que acontece no mundo atual. Sua consciência, pensamentos, sentimentos e  emoções, influenciam suas atitudes. O autoconhecimento de cada um é um caminho para agir de modo ecologicamente consciente, responsável e menos  destrutivo com o ambiente. Ele pode levar à simplicidade voluntária e à frugalidade,  atitudes não violentas que reduzem a pressão sobre o ambiente e não desperdiçam seus recursos. Adaptando a inscrição na entrada do oráculo de Delfos: Espécie humana, conhece-te a ti mesma e conhecerás o ambiente e o universo em que vives.

A ecologia interior se dedica a conhecer as percepções, emoções e ideias e a despertar  a consciência ecológica.  

 Maria Helena Andrés escreveu que a arte é um caminho para isso: “A função da arte em sua essência é a transformação do ser humano. Essa transformação é obtida no próprio exercício da arte, no movimento que conduz o corpo de forma harmoniosa ao encontro de seu próprio self. Os iogues se tornam um com o universo através da meditação. Realmente, no mundo violento em que vivemos, a arte continua a oferecer espaço para um aprendizado de vida.”

Ela desenhou a cena da batalha  descrita no Bhagavad Gita, o clássico hindu,  em que o deus Krishna orienta o guerreiro Arjuna para superar sua fraqueza e cumprir seu dever sem apegos ou desejos egoístas. Essa batalha tem um significado subjetivo.

Krishna e Arjuna na batalha de Kurukshetra, parte do  clássico hindu Bhagavad Gita. ilustração 1993.

Ela escreveu: “A violência não é uma coisa à parte, exterior a nós, ela está dentro de cada ser humano, vem à tona sempre que o ego é atingido por algum desafio, seja uma palavra ou uma ideologia contrária à nossa. Reagimos violentamente quando nossas estruturas de segurança se sentem atingidas. A violência está na raiz de nossa própria mente e a única forma de não compartilhar com a violência do mundo é observar seus movimentos dentro de nós mesmos, sentir o sangue esquentando nas veias quando a pessoa ao lado atinge o nosso ego. “

Ela valorizou o papel da arte para o equilíbrio interior e a prevenção de conflitos: “Num mundo globalizado, onde os valores econômicos são colocados de forma prioritária, a arte pode parecer desnecessária. Porém cabe justamente a ela o grande papel de harmonizadora de conflitos internos, vindo a influir mais tarde nos conflitos externos da sociedade. Para haver a harmonização do ser humano, torna-se necessária a união dos opostos, razão e intuição, o equilíbrio do lado esquerdo e direito do cérebro. Também para a harmonização do planeta, torna-se necessário o equilíbrio dos seus lados esquerdo e direito, que correspondem à razão do mundo ocidental e à intuição do oriental.”

 

Maria Helena  trabalha sobre o álbum Oriente-Ocidente, integração de culturas.

Maria Helena Andrés escreveu que “a paz interna sempre existiu e sempre existirá para aqueles que a buscam nos labirintos de sua própria interioridade.” Nessa linha, podemos adaptar o preâmbulo do ato que constituiu a UNESCO e escrever: Se a destruição  ambiental começa nos espíritos dos seres humanos, é nos espíritos dos seres humanos que devem  ser erguidos os baluartes do cuidado com o ambiente. 



Ilustração no Álbum Oriente - Ocidente - integração de culturas.

 




segunda-feira, 6 de maio de 2024

A ecologia cultural na vida e na arte de Maria Helena Andrés

O ser humano é produto do meio e por sua vez o transforma. Pessoas e comunidades humanas se adaptam a diferentes situações climáticas para se sustentar. Quando não o fazem, há declínio e colapsos.

Ao longo de sua evolução cultural, os seres humanos produziram e disseminaram conhecimentos, inventaram línguas e modos de se comunicar, criaram máquinas e obras  de arte.

A ecologia cultural estuda como as culturas humanas interagem com seus ambientes naturais e como os valores, crenças e tecnologias moldam a maneira pela qual as pessoas percebem, usam e transformam o meio ambiente.

Muitos fotógrafos retrataram as comunidades humanas, tais como Henri Cartier Bresson e Sebastião Salgado. Portinari, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, Picasso, Van Gogh, Diego Rivera, pintaram tipos humanos.

Maria Helena Andrés transitou por diversas culturas em viagens aos Estados Unidos, à Europa, ao Peru e à Índia e retratou com muitas cores essa diversidade cultural.  No Brasil, pintou e desenhou carnavais,  casamentos na roça, festas juninas e celebrações.

Estudo para Pierrot - década de 1950

Festa de São João - óleo sobre tela - anos 1950

Ela  se  expressou por meio de  desenhos com canetas hidrográficas, pastéis, guaches e aquarelas.

Festejos populares - Diamantina anos 1980

Celebração  nos Andes

Maria Helena refletiu sobre suas atividades como ilustradora: “Realizei viagens pela Índia para fazer os desenhos do livro de Aparecida Andrés, Pepedro nos caminhos da Índia. Outras vezes ilustro minhas próprias reflexões como o álbum Oriente-Ocidente, integração de culturas. A ilustração é a forma do pensamento tomar as vestes das artes plásticas, virar cor, transparência, linha.”

Músicos no Brasil e na Índia - Álbum oriente- ocidente, integração de culturas - 1984

Cenas urbanas e mandala com escritas de diversas línguas indianas - ilustrações para o livro Pepedro nos caminhos da Índia

Como pensadora,  pesquisadora,  escritora, desenhista,  pintora e ilustradora de livros, Maria  Helena abordou a ecologia cultural em sua obra. Maria Helena valorizou a unidade humana que existe para além da diversidade cultural. Ela escreveu que “A cultura é a soma daquilo que temos por herança com o que nos é incorporado pelo meio. E o meio, hoje, não é apenas a nossa região, mas o mundo todo. Pertencemos a ele como uma parcela viva e dinâmica. Seríamos, talvez, uma célula morta se nos recusássemos ao enriquecimento de fora. Ele é necessário desde que não fragmente aquilo que realmente somos.”

“As manifestações artísticas e os símbolos, transcendendo a palavra, captam de forma direta a integração dos diversos povos, fazendo sentir a sua origem comum, que é a origem do próprio ser humano sobre a terra. As ideologias separam os homens porque são conceitos mentais. A mente, de posse da verdade, resiste à invasão de seus domínios. Mas a Verdade é Una, Indivisível, e, acima de tudo, brilha, sem fronteiras, como o sol do meio-dia, clareando a terra como um todo.“




segunda-feira, 29 de abril de 2024

Ecologia política, guerra e paz na arte de Maria Helena Andrés


Guerra e paz, confronto e diálogo, conflito, harmonia e desarmonia, amor e ódio, competição e cooperação, violência ou falta de amor,  estão presentes nas relações entre os seres humanos.

A ecologia política aborda as disputas de poder, a apropriação dos recursos da natureza por um grupo ou nação, os modos de prevenir conflitos por meio do diálogo, da cooperação e de relações amistosas, que constroem concordâncias entre diversas partes com interesses distintos.

 Por vezes, partes da população entram em conflito com outros grupos, com outras espécies e com a natureza, em relações desarmônicas e violentas e  em guerras. Na medida em que  a população humana cresce e escasseiam os recursos da natureza, tendem a se acirrar disputas e conflitos, por vezes com o uso da violência.De certo modo a espécie humana encontra-se em guerra contra a natureza, produzindo o ecocídio.

As guerras são a falência da política e da capacidade de diálogo. Por meio da força bruta e sem compaixão, com violência e falta de amor, a truculência e estupidez impõe-se uma ordem e extingue-se o inimigo. 

Entre os artistas que  retrataram guerras, acontecimentos épicos e disputas,  Picasso pintou a Guernica e os horrores da guerra civil na Espanha; Portinari pintou os grandes painéis Guerra e Paz que estão na sede da ONU; Robert Capa fotografou um soldado caindo no momento da morte. 

No período vivido por Maria Helena Andrés ocorreram a segunda guerra mundial, a guerra fria e ditaduras  políticas que  se refletiram  em sua arte. Ela escreveu que “O quadro “Alvorada Vermelha” deu início à minha fase de guerra. Pintado logo após a minha viagem aos Estados Unidos, simboliza o clima de guerra que se espalhou pela América do Norte ao Sul.” 

Alvorada Vermelha – 1963

É seu testemunho: “Viajei no auge da guerra fria, quando a ameaça da bomba atômica assustava os americanos. Naquela viagem assisti a um treino de guerra em Nova York. Havia instruções nos hotéis, na TV, sobre como proceder em caso de ataque atômico.“

Radioactive Ship, acrílica e colagem s/ tela, 1965, Acervo Museu de Arte da Pampulha

Ela dá seu testemunho sobre guerra e ditadura: “Trabalhei nesse quadro e em vários outros com a mesma intensidade e o mesmo propósito interno de denunciar a guerra fria e também as torturas e a violência que estavam acontecendo no Brasil durante a ditadura militar.”

“A partir de 1964 o Brasil encontrava-se sob a ditadura militar, muitos jovens eram presos, torturados e mortos, muitos ativistas se auto exilaram e muitas obras de arte foram censuradas. A minha fase de guerra nasceu do impacto provocado por essas experiências. As estruturas que sustentavam a composição dos quadros tornaram-se mais fortes e agressivas, as transparências menos líricas.”

Obra da fase de guerra. 1966

Maria Helena ansiava pela paz, o entendimento, a integração e a unidade humana e para tanto inspirou-se na Índia, país para onde viajou várias vezes  por motivo de estudos. Fez ilustrações sobre a integração entre o Brasil e a Índia  e a visão da unidade humana para além das diferenças. 

A integração humana. Ilustração  no livro Pepedro nos caminhos da  Índia, 1986

No âmbito da política local, ilustrou no livro “A água fala” os conselhos e comitês de bacias reunidos para promover o entendimento e prevenir conflitos em torno da água.  

Reunião de um colegiado - ilustração no livro A água fala


Assembleia e conselho reunido. ilustração no livro a Água fala


A arte sensibiliza para que se unifique e integre a humanidade e se resolvam de forma não violenta os conflitos de interesses e se  harmonizem as relações entre pessoas e povos.

Maria Helena escreveu que “A arte, num reencontro feliz de ética com estética, busca a reeducação do ser humano nos diversos setores da sociedade... Busca os espaços onde a violência é uma constante, ali levanta o seu estandarte de paz. “ Ela valoriza a arte abstrata e construtivista: “O construtivismo sensível não acaba nunca, porque ele é o mensageiro de uma paz que existe dentro de todos nós. Esta paz, os artistas buscaram por meio de obras de grande beleza e serenidade.” 

Colagem , 2023




sexta-feira, 26 de abril de 2024

A ecologia industrial na arte de Maria Helena Andrés

Nessa era industrial, o ser humano transforma em coisas e objetos de consumo os minerais, vegetais e animais. Produz a coisadiversidade. Convive com computadores, telefones celulares, satélites de telecomunicações, automóveis, aviões, redes elétricas, robôs e uma infinidade de outras coisas. 

Durante o último século e especialmente em sua segunda metade do século XX houve uma grande aceleração da evolução científica e tecnológica e de seus produtos e efeitos colaterais.

A ecologia industrial é um campo da ecologia que  busca prevenir a poluição, promover a reciclagem e a reutilização de resíduos,  promover o uso eficiente dos recursos para a produção e estender a vida útil dos produtos industriais. Ela estuda os fluxos de matéria, energia e informação.  Promove o uso de tecnologias limpas e de produção com qualidade e segurança. Lida com as transformações de matéria e energia em bens e produtos, estuda o ciclo de vida dos materiais, sua reciclagem e reaproveitamento. Procura reduzir ou eliminar os impactos e efeitos colaterais da poluição e contaminação do ar, da água e dos solos.

Vários artistas expressaram esse mundo industrial em suas obras, tais como    Diego Rivera no México, Fernand Léger, os trabalhadores de  Portinari no Brasil e as fotógrafas Margaret  Bourke-White e Dorothea Lange nos Estados Unidos

Maria Helena Andrés vivenciou esse século de transformações. Na sua infância surgiu o cinema falado. Depois se inventaram a televisão, a bomba atômica, as viagens espaciais dos astronautas e os computadores. Ela desenhou, pintou e escreveu sobre essas mudanças em seu mundo e também se adaptou a elas. 

Detalhe do Painel Energia em movimento, na sede da Cemig em Belo Horizonte, 1984.


Foguete espacial, acrílica e colagem  s/tela, 1968.

Foto da matéria de José Roberto Teixeira Leite. Odisseia do espaço. O Globo, Rio de Janeiro, 03 jul. 1969.


Maria Helena fez muitos estudos preparatórios para um grande painel para o Aeroporto de Confins com radares, satélites, objetos voadores não identificados e aeronaves.

O grande painel em Confins, 1984.


Maria Helena se adaptou às tecnologias  de comunicação mantendo durante 15 anos dois blogs onde publicou textos e imagens que compõem a sua autobiografia: a vida de artista, memórias e viagens, reflexões sobre arte. 

Em sua fase construtivista, desenhou e pintou cidades iluminadas: Ela escreveu que “A pureza na arte concreta é imprescindível. Talvez seja ela a ponte que liga a arte à ciência, à matemática e à física, penetrando também no plano em que se encontram com o espiritualismo inato do ser humano.” 


Cidade iluminada. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1955.


Maria Helena pratica em seu cotidiano a simplicidade voluntária, a frugalidade e  vive o conforto essencial, sem consumismo e com uma leve pegada ecológica. Adotou a prática de caminhar pela Terra com leveza e sem machucá-la,  atitude valorizada pelos povos indígenas brasileiros, que ela muito admira, inclusive por sua arte construtivista e busca da essência.