Entre
os campos das ciências que se têm desenvolvido atualmente ressaltam aqueles
relacionados com a consciência e a cognição humanas. A psicologia, as ciências
da comunicação, bem como as artes, filosofias e as tradições se ocupam do
autoconhecimento e das questões sobre o espírito. As neurociências aprofundam o
conhecimento do hardware material e físico - o sistema nervoso e o
cérebro – bem como dos softwares e personwares - psíquicos e imateriais,
tais como a mente, o espírito, a alma, as inteligências.
A
noética é uma ciência ampla da mente humana. Do grego nous, espírito,
ela se refere ao
conhecimento interior, à consciência pura ou intuitiva, para além dos sentidos
normais e da razão. “A noética pretende criar um corpo de
conhecimento empiricamente baseado e publicamente validado sobre a experiência
subjetiva, sobre a vida interior humana e sobre a sabedoria perene das grandes
tradições espirituais, que constitui a herança viva de toda a humanidade. ” [1] (HARMAN,
1998).
As ciências noéticas exploram
a natureza e os potenciais da consciência, acessando direta e intuitivamente o
conhecimento. Elas exploram a experiência subjetiva e o universo interior da
mente individual e coletiva, relacionados com a sabedoria das tradições
espirituais e com o mundo físico exterior. Elas
exploram o universo interior da mente (consciência, alma, espírito) e como ele
se relaciona com o “cosmos exterior” do mundo físico. Catalisam
os conhecimentos das ciências da cognição.
Da
raiz grega nous também deriva a palavra noologia, o estudo sistemático
de tudo o que se refere ao espírito, ao aparecimento e evolução dos
pensamentos. A noologia é a ciência
dos conhecimentos espirituais. Estuda o
espírito humano, o pensamento, sua origem e criação, bem como os conteúdos da
alma humana e as relações da vida mental, com a vida emocional, afetiva.
Algumas
das ciências ecológicas incluem o tema da consciência em seus estudos: a ecologia humana, a ecologia cultural, a ecologia
pessoal e transpessoal. Esses campos, relacionados ao ser humano interior,
subjetivo, psíquico, contribuem para o autoconhecimento sobre a espécie humana,
que mostra capacidade crescente de, com suas ações, interferir sobre o rumo da
evolução no planeta. Warwick Fox é o principal autor no campo
da ecologia transpessoal que, para ele, transcende o dilema humano básico causado
por desejos egoístas. Se existe um sentido do eu amplo, expansivo e abrangente,
então o indivíduo espontaneamente protegerá o desdobramento natural desse eu
expandido em todos os seus aspectos, o que engloba a ecosfera e a cosmosfera.
A
ecologia transpessoal considera que há direitos intrínsecos do mundo natural e
dá importância aos princípios éticos que regem as relações homem/natureza. Na natureza não existe o sentido do bem e do mal. A
humanidade é a única espécie que tem a ética como um fator de seleção. A ética
ecológica busca a liberdade e o bem viver para todos. Considerações éticas e imperativos morais são
necessários para se produzir
convergências, metas e objetivos comuns, de interesse coletivo e da
sobrevivência da espécie. Para além da inclusão social, a ecologia
transpessoal conecta a ecologia com o campo da psicologia transpessoal.
Ela estuda a maneira como experiências transpessoais na natureza e com a
natureza expandem a consciência humana e ajudam a tecer uma conexão sagrada com
o mundo. Ela examina como a espiritualidade se relaciona com a crise ecológica
global.
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