quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Água, meu amor



“Água, meu amor ” foi o tema central da carta elaborada ao final do Encontro que comemorou os 30 anos da Unipaz, entre 7 e 10 de setembro de 2017, em Brasília.
Durante várias apresentações em todo o encontro, a água revelou-se um assunto de interesse para muitas pessoas. O tema é muito oportuno nesse contexto em que Brasília passa por racionamento e  no qual a crise hídrica se alastra por regiões do Brasil que antes apresentavam abundância de água. Além disso, as mudanças climáticas planetárias trazem mais  catástrofes e desastres, com secas e inundações, pois a água responde rapidamente a alterações de temperatura, se evapora, aumenta a umidade do ar e chove mais intensamente.
A elaboração da carta foi participativa e ocorreu em três etapas. Formaram-se grupos de seis pessoas em círculo, que   pensavam sobre o tema e cada um falava uma palavra que o evocasse.  
As seis palavras foram anotadas numa folha de papel e repassadas para outro grupo, que formava com elas uma frase em geral de tom poético, escrita numa folha de cartolina grande.  Cada palavra na carta é como uma gota de água num rio, que se relaciona com as demais e forma um sentido.  Alguns grupos agrupam de modo diferentes as seis palavras e produzem mais de uma frase, mas somente uma delas permanece na carta final.
Um participante de cada grupo carregou o cartaz com a frase e todos se alinharam de frente para os participantes. Nas váris cartelas, algumas palavras se repetiram, tais como gratidão, fluidez, transparência, revelando o que se encontra na consciência de cada um.



Cada integrante do grupo de seis diz uma palavra.

Outro grupo forma frases com as palavras anotadas.

O conjunto das frases é ordenado para resultr na Carta "Água, meu Amor".
 Os cerca de 20 cartazes eram então trocados de lugar para formar a introdução, o meio e a conclusão da carta. Ao final se alinhavaram as frases, com pequenas edições para evitar repetições, e estava pronta a carta.
A construção participativa da carta exigiu maestria da arquiteta que conduziu a dinâmica coletiva. O exercício não exige grande esforço racional de cada indivíduo, que contribui com sua gotinha na forma de uma única palavra.
Seu tom é poético, mais do que discursivo ou racional e expressa mais sentimentos e emoções em relação à água do que raciocínios lógicos tecnicamente estruturados. Uma carta em tom poético tem maior poder de sensibilização para as pessoas do que um texto intelectualizado. A poesia e a arte atuam sobre os sentimentos e as emoções fundamentais. Já a razão organiza aquilo pelo que se mobilizam as pessoas.
A carta “Água meu amor” é uma gota importante no conjunto de iniciativas para se formar uma nova consciência sobre a água, que influencie novas atitudes e comportamentos que cuidem dela, a protejam como um patrimônio sagrado e valioso sem o qual não se realiza a vida.