segunda-feira, 18 de junho de 2018

Auroville e Brasília



Após o lançamento de A Vida Divina no CREIA – Centro de Referência em Educação Integral e Ambiental, houve uma sessão sobre Auroville e Brasília. Aryamani, a tradutora do livro, falou sobre Auroville, onde vive, sua planta em espiral, aspectos da vida atual. Monica Veríssimo falou sobre a história e o planejamento de Brasília.
Em minha intervenção, lembrei que a aurora traz a luz do amanhecer,  dissipa a escuridão e auxilia no despertar para o conhecimento e a sabedoria, seja em Auroville e Aurobindo, seja no discurso de Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 2 de outubro de 1956.: "Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável em seu grande destino".
O amanhã, a evolução e o futuro da humanidade inspiraram Sri Aurobindo e Lúcio Costa, ambos com uma visão unificadora. Ambos apontam rumo ao futuro, numa visão evolucionista que considera o espírito como o motor da evolução.
A espiral da evolução na planta de Auroville: da matéria para a vida, da vida para a consciência e desta para uma consciência superior, como formulou Sri Aurobindo
Sir Aurobindo considera de modo integral a evolução da  matéria para a vida, para a mente e para a superconsciência, que ainda está por florescer nessa etapa de crise da evolução em que vivemos. Essa formulação tem afinidade com a teoria das resultantes convergentes de Lúcio Costa quando escreve que
“O desenvolvimento científico e tecnológico e a ecologia, inteligentemente confrontados, são sempre compatíveis. O desenvolvimento científico e tecnológico não se contrapõe à natureza, de que é, na verdade, a face oculta – com todas as suas potencialidades virtuais – revelada através do intelecto do homem, vale dizer, através da própria natureza no  seu estado de lucidez e de consciência. O homem é, então, o elo racional entre dois abismos, o micro e o macrocosmos, ambos fenômenos naturais, cujos produtos “elaborados” são a contrapartida do fenômeno natural “palpável”. O intelecto e a consciência do homem são a quintessência da natureza tomada como um todo.”
Lúcio Costa tinha inspirações e insights, como aquele que escreveu no memorial do projeto de Brasilia. Sri Aurobindo escreveu em 5 anos, entre 1914 e 1919,  grande parte de sua vasta obra. Lúcio Costa e Sri Aurobindo teriam recebido essas formulações diretamente de uma consciência maior e as psicografado?
Reconhecida em 1966 pela Assembleia Geral da UNESCO como cidade dedicada ao entendimento entre os povos e à paz, Auroville foi inaugurada em 1968.(o ano de maio em Paris, o ano do AI-5, o ano que não terminou, nas palavras de Zuenir Ventura.)
Brasília foi fundada em 1960 e tombada como patrimônio da humanidade em 1987.Brasília tem desde seu projeto inicial a marca da beleza. O senso ESTÉTICO está presente.  Falta evoluir em direção à verdade e à bondade, com a evolução de seu padrão ÉTICO.
Brasília é um avião imenso que não voa - Abhay Kumar
Terminei minha fala lendo um poema de Abhay Kumar, diplomata e poeta indiano que cita o sonho do visionário Dom Bosco “Entre os graus 15 e 20 havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: -Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.”  Abhay Kumar escreveu no livro Profecias de Brasília:
Brasilia é bastante branca
Brasília é terra rubra em manta
Brasília é o diáfano véu sobre a luz que abrilhanta

Brasília é um colar de pérolas que à noite encanta
Brasília é um manjar turco exótico que me levanta
Brasília é uma cobra prestes a devorar sua janta

Brasília é um vilarejo se passando por cidade
Brasília é uma expressão da gemotetria da felicidade
Brasília e a cidade invisível de Ítalo Calvino em tenra idade

Brasília é uma profecia de um certo Dom
Brasília é um poema inscrito em pedra, e bom
Brasília é a canção de Carlos Drummond

Brasília é o diamante na coroa
Brasília é um avião imenso que não voa
Brasília é uma vila de Amauri submersa à toa

Brasília é a Clarice Lispector sonâmbula sobre a água
Brasília é o açaí na sobremesa negra, árdua
Brasilia é a perfeição do tijolo e da argamassa na frágua

Brasilia é um pedaço de torta espacial
Brasília é uma ilha de fantasia num lago irreal
Brasília é uma noite dominicana frugal

Brasília é a última utopia
Brasília é para Sylvia Plath uma distopia
Brasília é uma paisagem de ectopia

Brasília é um oásis de pássaros migratórios
Brasília é o oráculo de vocábulos premonitórios
Brasília é uma página de um livro obrigatório

Brasília é uma miragem instável no deserto
Brasília é uma visão pálida de um ponto incerto
Brasília é um portal que ainda será aberto

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Castas e a identidade baseada em critério psicológico


Maurício Andrés Ribeiro
Cada sociedade tem formas de se organizar, criar hierarquias, diferenciar  indivíduos, estratificar camadas sociais. No mundo atual movimentos identitários procuram se firmar baseados em diferentes critérios, tais como diferenças nas aparências (cor da pele, dos cabelos, dos olhos) ou as diferenças de gênero. Há identidades nacionais, o patriotismo e a xenofobia; há identidades de pertencimento a religiões ou igrejas, de filiação ou simpatia com partidos políticos e ideologias, de torcidas por times de futebol etc. Outras características diferenciam indivíduos, tais como os tipos sanguíneos.
As monarquias diferenciam a família real e os nobres de sangue azul dos demais cidadãos e da plebe. Na Grécia antiga havia cidadãos e escravos.  A Índia nunca teve a escravidão, mas tem as castas, adotadas há milênios. 
A casteização é o processo pelo qual elas se formam, como uma forma de estratificação social identitária. Ela foi levada ao extremo da codificação e da formalização na civilização indiana.
Há várias explicações para o surgimento do sistema de castas. Uma delas é que o sistema pode ser  um experimento  biológico e genético realizado pela sociedade indiana, de isolamento reprodutivo ,  com consequências  ecológicas e econômicas.
Além disso a dimensão espiritual está muito presente na Índia. Como lembra meu amigo Sergio Safar “Os hindus são reencarnacionistas. Um aspecto que devemos considerar é que, além de uma experimentação biológica e genética, o sistema de castas experimentava acelerar o desenvolvimento das almas. Estas ao encarnarem escolheriam sem hesitar as castas mais de acordo com seus tipos psicológicos. Ali poderiam realizar e compreender mais facilmente seus desejos até chegarem ao estado de não-desejo. “
O sistema não se baseia nas aparências físicas dos indivíduos ou em suas realidades biológicas.  É baseado na observação psicológica das diferentes aptidões e temperamentos humanos e nas suas vocações para desempenharem certos tipos de funções ou atividades. Uma das explicações para a resiliência do sistema de castas e sua capacidade para perpetuar-se é psicológica.  O sistema é baseado na observação psicológica das  diferentes aptidões e temperamentos humanos e nas suas vocações para desempenharem  certos tipos de funções ou atividades ( originalmente os intelectuais, guerreiros, comerciantes, servos e com o tempo desdobrados em milhares de castas e   de subcastas).  O sistema das castas teria sido criado a partir da observação dos grupos vocacionais. Aquilo que no ocidente se identifica com os temperamentos colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico, na Índia se denominam os temperamentos rajásico (mais propenso à ação), sattwico (equilibrado) e tamásico (mais propenso à passividade).

Sri Aurobindo realça esse aspecto psicológico: "A divisão de castas na Índia foi concebida como uma distribuição de tarefas. A casta de um homem dependia de seu dharma, de seus deveres espirituais, morais e práticos, e seu dharma dependia de sua swabhava, seu temperamento e natureza inata." ( in “The Renaissance in India”, pp. 409-410-411)
Originalmente havia quatro grandes castas caracterizadas a partir da especialização em profissões: os brahmins ou intelectuais; os kshastrias, políticos ou militares; os vaishas ou comerciantes; os sudras ou servos.
 As castas se diversificaram ao longo do tempo. Atualmente existem aproximadamente 3.000 castas e podem existir até 10.000 subcastas. À medida que a sociedade se complexifica, criam-se novas especializações e as correspondentes castas dedicadas a desempenhar essas funções.

Para um ocidental e especialmente para um brasileiro acostumado à mestiçagem, ao sincretismo num caldeirão humano, é difícil compreende as castas existentes na Índia, ainda baseadas no isolamento reprodutivo e endogâmicas.
Sobre tais dificuldades comenta o prêmio Nobel de literatura, Rabindranath Tagore:
O que os observadores ocidentais não conseguem discernir é que, em seu sistema de castas, a Índia seriamente aceitou sua responsabilidade de resolver o problema de raças de maneira a evitar toda fricção, e ainda assim oferecendo a cada raça liberdade dentro de suas fronteiras. Admitamos que a Índia não obteve nisso um sucesso absoluto. Mas também deve ser lembrado que o ocidente, situado mais favoravelmente quanto à homogeneidade de raças, nunca deu atenção a esse problema; sempre que confrontado com ele, tentou torná-lo mais fácil, ignorando-o.[2]
Até mesmo para um indiano contemporâneo trata-se de um tema incômodo, desconfortável de ser abordado, complexo e de difícil compreensão e que desperta controvérsias e polêmicas.
Estudar comparativamente as castas indianas e as corporações de ofícios e corporações econômicas, aéem dos movimentos identitários que hoje proliferam no ocidente e no Brasil pode ajudar a jogar luz sobre as questões da estratificação social e sobre as motivações egoísticas ou voltadas para o interesse coletivo e o bem comum. Além disso, ressaltar a importância de, para além das diversidades, revalorizar a unidade humana como espécie.


[1] PRABHU, R.K. & RAO, U.R. (Comp.). The mind of Mahatma Gandhi, p.110.
[2] TAGORE, Rabindranath.  Nationalism, p.70-71.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

As castas no livro Os indianos de Florência Costa



Maurício Andrés Ribeiro

Florência Costa, jornalista brasileira que viveu muitos anos na Índia e se casou com um indiano escreveu o livro Os indianos (Editora Contexto, 2012). Em linguagem jornalística e de fácil comunicação ela informa sobre aspectos contemporâneos da sociedade indiana. Não se aprofunda em questões filosóficas ou mitológicas, ou na história e resiliência das castas, mas traz pertinentes informações sobre a atualidade da questão.


Os hindus acreditam na origem divina das castas no corpo do Deus Brahman: da cabeça, vêm os brahmins ou intelectuais; dos braços, os kshastrias, políticos ou militares; das pernas, os vaishas ou comerciantes; dos pés, os sudras ou servos. Já os dalits ou intocáveis teriam sido formados pela poeira da sola dos pés de Brahman.
 
As quatro castas originais se multiplicaram e hoje elas são mais de 3000, com 10000 subcastas.Para os hindus, o sistema de castas é parte integrante da cosmovisão de reencarnações, carma de vidas passadas e crenças religiosas. Pela lei do carma, quem errou paga, nesta vida ou em outras. Milhões de indianos seguem sem maiores questionamentos tal sistema e se adaptam a ele, casando-se na mesma casta, cumprindo as responsabilidades de seu grupo de nascimento.
Cada casta tem seu papel na sociedade cabendo aos indivíduos que nasceram naquele grupo social cumprir com responsabilidade o seu darma ou missão. O Bhagavad Gita é um dos textos sagrados hindus mais conhecidos. Nele, o Deus Krishna exorta o guerreiro Arjuna a cumprir seu dharma, sua missão. “Deve lutar, não importam as consequências. Krishna proclama, assim, a necessidade de todos seguirem os deveres de sua casta. Não há salvação individual fora da responsabilidade social.” (Os indianos, pág. 173)

 “Se na morte da pessoa o carma for predominantemente positivo, acredita-se que ela renascerá em uma condição melhor, em uma casta superior, por exemplo. Se for negativo, a pessoa será rebaixada na próxima vida, ou poderá renascer com uma forma de vida inferior, como um animal.”  “A crença tradicional é a de que os indianos de casta baixa acreditam que pagam nessa vida um “carma ruim” do passado, e que somente na próxima encarnação poderão nascer em melhor condição se praticarem boas ações.”
Observa Florência Costa que “Mesmo sendo uma praga milenar, as castas são um dos assuntos que mais pegam fogo na Índia do século XXI. A política de ação afirmativa pioneira do governo indiano (desde 1950), que busca corrigir as injustiças históricas, alimentou a fogueira das castas. Tudo começou com a promulgação da Constituição, três anos após a independência: 22,5% das vagas em cargos públicos e em instituições de ensino foram reservadas aos dalits e à população indígena.” ( Os indianos, Pág. 41).
 Os intocáveis são considerados impuros e essa impureza contamina quem passa pela sua sombra ou os toca. O sistema racionaliza ou justifica a discriminação: o carma de terem nascido dalits seria o produto de atos cometidos em vidas passadas, em outras encarnações.
Grandes números de eleitores dalits elegem representantes políticos para defender seus interesses.  Com as políticas de cotas para excluídos e castas baixas, tem havido movimentação social intensa, às vezes mal aceita pelas castas mais altas quando um intocável ascende economicamente. Tem havido uma inversão de antigos privilégios e status social, quando brâmanes, que teoricamente seriam as castas mais poderosas não encontram oportunidades de trabalho na Índia e emigram para os EUA, Europa e outros lugares que valorizam o conhecimento. Com as leis de cotas na Índia, brahmins empobrecidos são levados a emigrar. Brahmins pobres encontram-se no pior dos mundos, não usufruem das cotas para empregos ou acesso à educação e universidades e não tem a renda para se manterem. A diáspora é uma saída e buscam oportunidades no exterior. Em 2015, os Patel do Gujerat, também supostamente poderosos, fizeram um grande movimento questionando o sistema de cotas por castas e propondo que o critério de renda seja adotado.
Atualmente há um movimento de rebaixamento, diz Florência Costa: “Dessa vez, muitos deverão agir de forma pragmática, ignorando o status social, e deverão identificar-se como pertencentes às castas mais baixas, pois assim poderão ser beneficiados com as cotas. O fenômeno do “rebaixamento” do status de castas já existe.
Há um grupo de indianos que considera as castas como uma maldição, perpetuadora de injustiças e desigualdades. Vivekananda foi contra o sistema de castas. A escritora Arundathi Roy, autora de O Deus das pequenas coisas, o considera uma tragédia.  
Ambedkar, o dalit que se tornou um eminente advogado e que redigiu a constituição indiana depois da independência em 1947, propôs um movimento para conversão ao budismo e para sair do sistema hindu das castas. “Ambedkar dizia que a intocabilidade nunca seria abolida enquanto as castas existissem. Ele questionava Gandhi por sua postura de inclusão dos dalits, que ele chamava de harijans, (filhos de Deus) numa perspectiva mais cristã do que hindu: “Como se pode acreditar que o senhor Gandhi é amigo dos intocáveis quando ele deseja manter a casta? Intocabilidade é apenas uma extensão de castas. Sem abolição das castas não há abolição da intocabilidade.” (Florência Costa, no livro Os indianos)
Fotos: Ambedkar. Agra, India.2013.
Ambedkar, o dalit que redigiu a constituição da India, era contra o sistema de castas.
Florência Costa observa que os dalits migram para as cidades, estão se fortalecendo economicamente, voltam das cidades bem vestidos, mudam de profissão, não mais se escondem ou submetem, rompem as amarras do sistema e, quando são agredidos, buscam que a justiça seja feita.
Na Índia existem cerca de 50 mil guerrilheiros maoístas. “Os maoístas acreditam que a tradição feudal da Índia, a opressora hierarquia de castas que massacra os que estão na base da pirâmide e o explosivo problema de distribuição de terras são ingredientes suficientes para fermentar uma revolução.”
 Florência Costa se alinha com a parcela dos indianos que contesta o sistema e refere-se a elas como uma praga: “a praga das castas persegue os indianos há milhares de anos e resiste até hoje.  A cultura cosmopolita falhou em abolir o casteísmo.”
“Várias religiões tiveram origem na luta contra o sistema de castas, como o sikhismo, o budismo, que surgiu criticando a divisão de castas e o sacrifício de animais em templos como oferendas aos deuses.”(Florência Costa). “Vários movimentos reformistas dentro do hinduísmo durante a história pregavam a igualdade entre as pessoas. O movimento bati, por exemplo, na idade média, se rebelou contra as distinções de casta e descartou rituais bramânicos.” (Pág.21). “A estratégia da conversão para outras religiões que não têm o sistema de casta foi e continua sendo usada pelos dalits para tentar fugir da opressão. Muitos migraram para o cristianismo, para o sikhismo e para o islamismo. (Os indianos, Pág. 38). “Muitas das supostas castas baixas recontam com orgulho os seus mitos de origem, bem diferentes da mitologia bramânica.”
Entretanto essas tentativas de escapar ao sistema de castas levaram a um resultado inverso: a casteização das demais religiões, como o sikhismo, o islamismo, o cristianismo, ou seja, o seu contágio pela lógica e pelas práticas de distinção de grupos. Nota Florência Costa que “apesar da pregação igualitária, o preconceito de castas acabou migrando para o sikhismo, assim como aconteceu com outras religiões que teoricamente negam o casteísmo.” (Pág. 74) Do mesmo modo ocorreu com o islamismo “Os muçulmanos não formam um grupo coeso único. Há vários tipos de divisões. A primeira delas é a de casta, que migrou para o islamismo, apesar de essa religião rejeitar oficialmente essas diferenças. Assim, os ashraf (nobres) – descendentes dos turcos, árabes e persas – olham com desprezo para a maioria ajlaf, cujos antepassados foram hindus de “casta baixa”. Mais desprezados ainda são os arzal, correspondentes aos dalits. ” Pág. 78)
 Também no cristianismo ele foi incorporado: “Bamonn, título de nova subcasta dos brâmanes, somente para cristãos. O sucesso na conversão em Goa foi justamente o de ter permitido aos brâmanes manterem seu status social. Os católicos brâmanes, segundo os historiadores, mantinham seu orgulho de casta e o hábito de casarem entre si, nunca se unindo com pessoas de casta inferior. São cristãos, mas se destacam da maioria hindu de Goa, pois tem uma identidade brâmane que os diferencia das castas baixas.” (Pág. 81) -
A intelectualidade de esquerda indiana não se envolveu na postura anticastas por avaliar que o socialismo as superaria, o que não ocorreu.  Com a urbanização da Índia e a sua industrialização alguns estudiosos esperavam que haveria uma erosão do sistema e seu enfraquecimento, mas isso de fato não ocorreu. Persiste a sua força mesmo em áreas urbanas adensadas.
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