As montanhas, com sua grandiosidade impressionante, foram mostradas na pintura, no desenho, na fotografia e nas artes plásticas.
Na arte oriental, os seres humanos e suas realizações são minúsculos diante das montanhas e da paisagem natural. No Japão, o Monte Fuji está sempre presente nas pinturas tradicionais; na China são conhecidas as pinturas e desenhos com paisagens montanhosas.
Henri Cartier Bresson fotografou os Himalaias no Kashmir indiano e em seu livro Gênesis, o fotógrafo Sebastião Salgado focalizou grandes montanhas. Pintores europeus e norte americanos mostraram paisagens majestosas de cordilheiras e montanhas
No Brasil, destaca-se nesse tema Alberto da Veiga Guignard. Ele viveu grande parte de sua vida em Minas Gerais. Guignard admirava e retratava a grandiosidade das montanhas e se sentia bem nesse ambiente. Sua aluna Maria Helena Andrés escreveu que “Em carta a Portinari, Guignard dizia: "Sabes que sou montanhês e por isso, forte de saúde". As montanhas lhe ofereciam cenário para paisagens líricas, transparentes, igrejas surgindo da bruma, balões coloridos subindo aos céus.”
Alberto da Veiga Guignard - Paisagem imaginária - 1947
A destruição das montanhas no entorno de Belo Horizonte foi objeto de atenção dos artistas e poetas. “Olhe bem as montanhas”, foi um adesivo que circulou nos anos de 1970, criado por Manfredo de Souzanetto. Em 1976, Carlos Drummond de Andrade publicou o conhecido poema Triste Horizonte, que denunciava a destruição da Serra do Curral, em Belo Horizonte. Naquele mesmo ano Maria Helena Andrés pintou o quadro intitulado O Guardião das Montanhas. Sobre essa obra, ela escreveu que: “O quadro foi pintado movido por uma necessidade interior de preservar, defender e guardar a natureza. Ele está no limite entre o figurativo e o abstrato, entre a terra e o céu. Embaixo, as montanhas, bem figurativas e, riscando o céu, incisivamente, o gestual direto e firme do guardião.”
Maria Helena Andrés, cidadã do mundo pelas viagens e estudos que realizou em diversos países, sempre retornou a sua terra natal, Belo Horizonte, no montanhoso quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. As grandes montanhas são objeto de sua atenção, na pintura, na escultura, na fotografia e em seus textos.
Em 2021, instalou uma escultura em aço, intitulada “A guardiã das montanhas”, ao lado de sua casa no Retiro das Pedras, diante do vale do Paraopeba e a região do córrego do Feijão onde ocorreu o grave episódio conhecido como o desastre de Brumadinho, com muitos mortos e desaparecidos, além de grandes prejuízos econômicos, danos sociais e psicológicos.
Maria Helena Andrés e a escultura A Guardiã das Montanhas.
. Ela testemunha a ação de seres humanos, pequenos diante da grandeza da natureza, que corroem, escavam, poluem, criam feridas na paisagem natural, um prejuízo estético irreversível. Ela fotografou as rochas, observou o avanço humano sobre as montanhas, deu entrevistas para jornais e fez depoimentos em vídeo, tendo expressado por diversos meios sua consciência ecológica.