O ser humano é produto do meio e por sua vez o transforma. Pessoas e comunidades humanas se adaptam a diferentes situações climáticas para se sustentar. Quando não o fazem, há declínio e colapsos.
Ao longo de sua evolução cultural, os seres humanos produziram e disseminaram conhecimentos, inventaram línguas e modos de se comunicar, criaram máquinas e obras de arte.
A ecologia cultural estuda como as culturas humanas interagem com seus ambientes naturais e como os valores, crenças e tecnologias moldam a maneira pela qual as pessoas percebem, usam e transformam o meio ambiente.
Muitos fotógrafos retrataram as comunidades humanas, tais como Henri Cartier Bresson e Sebastião Salgado. Portinari, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, Picasso, Van Gogh, Diego Rivera, pintaram tipos humanos.
Maria Helena Andrés transitou por diversas culturas em viagens aos Estados Unidos, à Europa, ao Peru e à Índia e retratou com muitas cores essa diversidade cultural. No Brasil, pintou e desenhou carnavais, casamentos na roça, festas juninas e celebrações.
Estudo para Pierrot - década de 1950
Festa de São João - óleo sobre tela - anos 1950
Ela se expressou por meio de desenhos com canetas hidrográficas, pastéis, guaches e aquarelas.
Festejos populares - Diamantina anos 1980
Celebração nos Andes
Maria Helena refletiu sobre suas atividades como ilustradora: “Realizei viagens pela Índia para fazer os desenhos do livro de Aparecida Andrés, Pepedro nos caminhos da Índia. Outras vezes ilustro minhas próprias reflexões como o álbum Oriente-Ocidente, integração de culturas. A ilustração é a forma do pensamento tomar as vestes das artes plásticas, virar cor, transparência, linha.”
Músicos no Brasil e na Índia - Álbum oriente- ocidente, integração de culturas - 1984
Cenas urbanas e mandala com escritas de diversas línguas indianas - ilustrações para o livro Pepedro nos caminhos da Índia
Como pensadora, pesquisadora, escritora, desenhista, pintora e ilustradora de livros, Maria Helena abordou a ecologia cultural em sua obra. Maria Helena valorizou a unidade humana que existe para além da diversidade cultural. Ela escreveu que “A cultura é a soma daquilo que temos por herança com o que nos é incorporado pelo meio. E o meio, hoje, não é apenas a nossa região, mas o mundo todo. Pertencemos a ele como uma parcela viva e dinâmica. Seríamos, talvez, uma célula morta se nos recusássemos ao enriquecimento de fora. Ele é necessário desde que não fragmente aquilo que realmente somos.”
“As manifestações artísticas e os símbolos, transcendendo a palavra, captam de forma direta a integração dos diversos povos, fazendo sentir a sua origem comum, que é a origem do próprio ser humano sobre a terra. As ideologias separam os homens porque são conceitos mentais. A mente, de posse da verdade, resiste à invasão de seus domínios. Mas a Verdade é Una, Indivisível, e, acima de tudo, brilha, sem fronteiras, como o sol do meio-dia, clareando a terra como um todo.“
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