O ser humano é um agente da transformação acelerada que acontece no mundo atual. Sua consciência, pensamentos, sentimentos e emoções, influenciam suas atitudes. O autoconhecimento de cada um é um caminho para agir de modo ecologicamente consciente, responsável e menos destrutivo com o ambiente. Ele pode levar à simplicidade voluntária e à frugalidade, atitudes não violentas que reduzem a pressão sobre o ambiente e não desperdiçam seus recursos. Adaptando a inscrição na entrada do oráculo de Delfos: Espécie humana, conhece-te a ti mesma e conhecerás o ambiente e o universo em que vives.
A ecologia interior se dedica a conhecer as percepções, emoções e ideias e a despertar a consciência ecológica.
Maria Helena Andrés escreveu que a arte é um caminho para isso: “A função da arte em sua essência é a transformação do ser humano. Essa transformação é obtida no próprio exercício da arte, no movimento que conduz o corpo de forma harmoniosa ao encontro de seu próprio self. Os iogues se tornam um com o universo através da meditação. Realmente, no mundo violento em que vivemos, a arte continua a oferecer espaço para um aprendizado de vida.”
Ela desenhou a cena da batalha descrita no Bhagavad Gita, o clássico hindu, em que o deus Krishna orienta o guerreiro Arjuna para superar sua fraqueza e cumprir seu dever sem apegos ou desejos egoístas. Essa batalha tem um significado subjetivo.
Krishna e Arjuna na batalha de Kurukshetra, parte do clássico hindu Bhagavad Gita. ilustração 1993.
Ela escreveu: “A violência não é uma coisa à parte, exterior a nós, ela está dentro de cada ser humano, vem à tona sempre que o ego é atingido por algum desafio, seja uma palavra ou uma ideologia contrária à nossa. Reagimos violentamente quando nossas estruturas de segurança se sentem atingidas. A violência está na raiz de nossa própria mente e a única forma de não compartilhar com a violência do mundo é observar seus movimentos dentro de nós mesmos, sentir o sangue esquentando nas veias quando a pessoa ao lado atinge o nosso ego. “
Ela valorizou o papel da arte para o equilíbrio interior e a prevenção de conflitos: “Num mundo globalizado, onde os valores econômicos são colocados de forma prioritária, a arte pode parecer desnecessária. Porém cabe justamente a ela o grande papel de harmonizadora de conflitos internos, vindo a influir mais tarde nos conflitos externos da sociedade. Para haver a harmonização do ser humano, torna-se necessária a união dos opostos, razão e intuição, o equilíbrio do lado esquerdo e direito do cérebro. Também para a harmonização do planeta, torna-se necessário o equilíbrio dos seus lados esquerdo e direito, que correspondem à razão do mundo ocidental e à intuição do oriental.”
Maria Helena trabalha sobre o álbum Oriente-Ocidente, integração de culturas.
Maria Helena Andrés escreveu que “a paz interna sempre existiu e sempre existirá para aqueles que a buscam nos labirintos de sua própria interioridade.” Nessa linha, podemos adaptar o preâmbulo do ato que constituiu a UNESCO e escrever: Se a destruição ambiental começa nos espíritos dos seres humanos, é nos espíritos dos seres humanos que devem ser erguidos os baluartes do cuidado com o ambiente.
Ilustração no Álbum Oriente - Ocidente - integração de culturas.
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