Mauricio Andrés
Ribeiro - colaboração de Giorgio De Antoni
e Yara Magalhães (*)
No contexto
atual da crise ecológica e da evolução,
o pensamento e as práticas propostas por Sri Aurobindo podem ser
valiosos. Partindo de uma cosmovisão generosa e de uma concepção integral do
que seja o humano, ele mapeou caminhos, formulou e expressou ideias por meio de
seus escritos, que se tornaram faróis a iluminar quem veio depois dele. Nesse sentido,
conhecer melhor o pensamento de Sri Aurobindo pode nos ajudar a nortear nossas
ações nesse momento de transição em que numerosas crises de várias naturezas se
superpõem numa mega crise da evolução.
Sri Aurobindo, indiano de nascimento, viveu vários anos na Inglaterra e conhecia profundamente a cultura ocidental. Ele fez uma ponte entre esse hemisfério e o seu hemisfério de origem. Ao retornar da Inglaterra para a Índia formulou os princípios da resistência defensiva que inspiraram Gandhi e outros revolucionários e ativistas pela libertação da India do período colonial. Ao deduzir que seria inexorável essa libertação, passou a focalizar as questões planetárias, a evolução e a consciência humana. (“A evolução é uma lenta transformação da energia em consciência.“) Estudou, para além das identidades nacionais, os cenários para a evolução política humana numa unidade mais ampla. Escreveu sobre os cenários para a evolução política futura, realçando as qualidades de uma possível federação planetária que vá além da era das nações unidas (ou des-unidas).
Sri Aurobindo foi um visionário. Com sua visão prospectiva adentrou o futuro e produziu textos clássicos, que não perdem sua atualidade mais de um século depois de terem sido escritos.
Ele inseriu a história humana na história natural, numa perspectiva evolucionista e integradora. Realçou a importância da superação dos desejos egóicos e da evolução para aspirações menos egoístas. Sua visão universalista valoriza a fraternidade na família de seres humanos, como o elo que permite realizar ao mesmo tempo a liberdade e a igualdade.
Refletiu sobre a democracia dos direitos ocidental, baseada em ideias europeias de direitos e deveres. Definiu a lei moral, o dharma como integradora entre direitos e deveres. Traduzido em conceitos ocidentais, o dharma corresponderia a potenciais direitos de 5ª geração que ainda não existem, o direito de ser responsável, o direito de cumprir o seu dever.
Realçou a importância da educação para a ética e os valores. (“A
educação do intelecto divorciada da perfeição da natureza moral e emocional é prejudicial ao progresso humano.”)
O ser humano, para ele, é um ser em transição, que apresenta potencialidades ainda não desenvolvidas plenamente. (“A condição humana é uma etapa de transição”; “Todas as possibilidades do mundo estão esperando no homem como a árvore espera em sua semente.”)
Esses potenciais humanos se encontram em sua consciência, também entendida como um espectro amplo do inconsciente ao supraconsciente. (“Atrás das aparências do universo há a realidade do ser e da consciência.” )
Ele reconhece e valoriza a dimensão espiritual da vida, (“O destino da raça nesta era de crises e revolução dependerá muito mais do espírito que somos do que da maquinaria que usaremos”; “Quando se perde a espiritualidade, perde-se tudo.”)
Enfatiza o duplo caminho, do pessoal para o social e do coletivo para o pessoal no processo de evolução humana.
Teve a capacidade de comunicar isso com clareza numa extensa obra publicada em 30 volumes.
Conhecer melhor as ideias e pensamentos de Sri Aurobindo pode fornecer pistas, luzes e esclarecimentos sobre o que se passa no mundo contemporâneo, para onde vamos e quais os potenciais rumos da evolução, crescentemente influenciada pela ação, palavras e pensamentos humanos.
Sri Aurobindo, indiano de nascimento, viveu vários anos na Inglaterra e conhecia profundamente a cultura ocidental. Ele fez uma ponte entre esse hemisfério e o seu hemisfério de origem. Ao retornar da Inglaterra para a Índia formulou os princípios da resistência defensiva que inspiraram Gandhi e outros revolucionários e ativistas pela libertação da India do período colonial. Ao deduzir que seria inexorável essa libertação, passou a focalizar as questões planetárias, a evolução e a consciência humana. (“A evolução é uma lenta transformação da energia em consciência.“) Estudou, para além das identidades nacionais, os cenários para a evolução política humana numa unidade mais ampla. Escreveu sobre os cenários para a evolução política futura, realçando as qualidades de uma possível federação planetária que vá além da era das nações unidas (ou des-unidas).
Sri Aurobindo foi um visionário. Com sua visão prospectiva adentrou o futuro e produziu textos clássicos, que não perdem sua atualidade mais de um século depois de terem sido escritos.
Ele inseriu a história humana na história natural, numa perspectiva evolucionista e integradora. Realçou a importância da superação dos desejos egóicos e da evolução para aspirações menos egoístas. Sua visão universalista valoriza a fraternidade na família de seres humanos, como o elo que permite realizar ao mesmo tempo a liberdade e a igualdade.
Refletiu sobre a democracia dos direitos ocidental, baseada em ideias europeias de direitos e deveres. Definiu a lei moral, o dharma como integradora entre direitos e deveres. Traduzido em conceitos ocidentais, o dharma corresponderia a potenciais direitos de 5ª geração que ainda não existem, o direito de ser responsável, o direito de cumprir o seu dever.
Como na fita de Moebius, o dharma unifica o que são direitos e deveres na concepção europeia. |
O ser humano, para ele, é um ser em transição, que apresenta potencialidades ainda não desenvolvidas plenamente. (“A condição humana é uma etapa de transição”; “Todas as possibilidades do mundo estão esperando no homem como a árvore espera em sua semente.”)
Esses potenciais humanos se encontram em sua consciência, também entendida como um espectro amplo do inconsciente ao supraconsciente. (“Atrás das aparências do universo há a realidade do ser e da consciência.” )
Ele reconhece e valoriza a dimensão espiritual da vida, (“O destino da raça nesta era de crises e revolução dependerá muito mais do espírito que somos do que da maquinaria que usaremos”; “Quando se perde a espiritualidade, perde-se tudo.”)
Enfatiza o duplo caminho, do pessoal para o social e do coletivo para o pessoal no processo de evolução humana.
Teve a capacidade de comunicar isso com clareza numa extensa obra publicada em 30 volumes.
A obra de Sri Aurobindo,publicada em trinta volumes, ainda é pouco conhecida no Brasil. |
Conhecer melhor as ideias e pensamentos de Sri Aurobindo pode fornecer pistas, luzes e esclarecimentos sobre o que se passa no mundo contemporâneo, para onde vamos e quais os potenciais rumos da evolução, crescentemente influenciada pela ação, palavras e pensamentos humanos.
Ciclo de estudos em Brasilia sobre A grande transição atual à luz da visão sociopolítica de Sri Aurobindo |
(*) Giorgio De Antoni,Yara Magalhaes e Maurício Andrés coordenam o Ciclo de Estudos realizado pelo CREIA- Centro de Referência em Educação Integral e Ambiental. Brasília. Março a junho de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário