quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

A PIRÂMIDE DA HIDROSABEDORIA

 

Dados, informações, conhecimentos e sabedoria são distintos. Vivemos num mundo com uma grande quantidade de dados, que podem ser trabalhados com inteligência para formular ideias e informações, bem como para gerar conhecimentos e sabedoria

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A relação entre dados, informação, conhecimento e sabedoria pode ser ilustrada pela Pirâmide da Sabedoria, também conhecida como Hierarquia DIKW (Data-Information-Knowledge-Wisdom). Cada nível da pirâmide se baseia no nível anterior, e todos são necessários para tomar decisões baseadas em dados. [1]

As diferenças entre dados, informações, conhecimento e sabedoria estão nas definições seguintes e no exemplo usando o tema da água:

Dados são os elementos brutos, não organizados e sem significado intrínseco. Representam fatos ou observações simples e, isoladamente, não transmite entendimento. Exemplo: "20mm, 30mm, 10mm, 40mm". Estes números representam medições de chuva em milímetros, mas, sozinhos, não dizem muito.

Informações são os dados que foram organizados, processados ou interpretados, adquirindo relevância e utilidade em um determinado contexto. Exemplo: "A média de precipitação em uma região é de 25mm por dia durante o mês de novembro." Os dados foram processados e contextualizados, revelando uma tendência sobre a quantidade de chuva em uma região.

Conhecimento é a compreensão e aplicação da informação, muitas vezes combinada com experiências, habilidades ou reflexões. É mais profundo e envolve a capacidade de relacionar informações e tirar conclusões. Exemplo: "Durante novembro, a média de precipitação de 25mm por dia é suficiente para encher reservatórios locais, garantindo o abastecimento de água para a população nos meses seguintes." Aqui, entende-se a importância da informação no contexto de gestão de recursos hídricos e sua aplicação prática.

Sabedoria é a capacidade de aplicar o conhecimento de maneira ética, prática e orientada para o bem-estar geral. É o nível mais elevado e requer julgamento, experiência e valores. Exemplo: "Para garantir segurança hídrica a longo prazo, é essencial combinar o armazenamento adequado da água da chuva em novembro com políticas de uso consciente e estratégias de conservação, especialmente em períodos de seca." A sabedoria envolve a aplicação do conhecimento considerando implicações éticas, práticas e sustentáveis para o bem-estar coletivo e futuro.

Resumindo essas definições e o exemplo dado:

       Dados: Matéria-prima bruta (fatos). Números isolados de precipitação.

       Informação: Dados organizados e contextualizados. A média de precipitação em um período.

       Conhecimento: Informação assimilada. Compreensão do impacto da chuva na gestão de recursos hídricos.

       Sabedoria: Conhecimento aplicado com discernimento e visão ampla. Planejamento e tomada de decisões sustentáveis com base no conhecimento.

Essa hierarquia demonstra como as medições básicas são transformadas em ações que promovem o bem-estar e a sustentabilidade no uso da água.

Na água do corpo há verdades e conhecimentos sobre nossa origem e nossos ancestrais. Testes de DNA com uma pequena amostra de cuspe revelam quem é a nossa ascendência durante as gerações passadas e podem modificar a consciência, reduzir os extremismos, os preconceitos raciais e étnicos e culturais, acelerando o descondicionamento das mentes. Experiências desse tipo, com viagens por meio do DNA, são mostradas no site LetsOpenOurWorld.com e mostram como a água do corpo transporta dados e informações que podem ser elaboradas em conhecimentos e sabedoria.

Um exemplo:

Dados: coleta-se um pouco de cuspe para um teste de DNA

Informação: os resultados do teste mostram a origem e ascendência da pessoa.

Conhecimento: a pessoa toma consciência de seu passado ancestral e de seus ascendentes e descondiciona sua mente de preconceitos étnicos e raciais

Sabedoria: a pessoa tem nova percepção da fraternidade universal e da unidade da família humana

A água do corpo humano contém dados, transporta informações e revela conhecimentos que, sendo bem compreendidos, podem resultar em sabedoria sobre a unidade humana para além da diversidade e das microidentidades que separam.

O processamento de dados para a tomada de decisões e para facilitar que ela flua e se movimente tornou-se como uma nova religião, o dataísmo, afirma Yuval Noah Harari, em seu livro Homo Deus.

Na minha infância ouvíamos contos de fadas. Elas tinham uma varinha de condão; bastava acionar a varinha e a coisa desejada aparecia. Na atualidade, varinhas de condão modernas fazem aparecer a informação. O Google é o mais conhecido, entre outros mecanismos de busca que, ao toque de uma tecla, disponibilizam grande quantidade e variedade de informações sobre o assunto desejado. Empresas como as chamadas bigtechs - Meta, Facebook, Whatsapp, Instagram - coletam dados sobre os usuários e os utilizam comercialmente para direcionar anúncios, publicidade. Cresce um movimento para evitar o uso abusivo dos dados das pessoas para fins comerciais e outros não autorizados.

Navegamos em meio a um oceano de dados e de informações e podemos ser tragados e afogados caso não nos movimentemos com perícia.  Nesse oceano, é relevante a tarefa de curadoria, ao separar aquilo que tem qualidade daquilo que é pouco confiável. Saber buscar a informação, saber discernir o joio do trigo, saber classificar as informações para poder acessá-las quando forem necessárias, são habilidades valiosas no mundo contemporâneo.  Assim como a qualidade da água pode ser limpa ou poluída, também a informação pode ser verdadeira ou falsa. Bebê-la poluída adoece o organismo; consumir informação de má qualidade pode intoxicar o organismo e a psique.

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