O Estado
frequentemente atua como predador, que submete sua presa; ou atua como um
parasita, que suga as energias e forças de quem o sustenta. Como escravagista,
que escraviza os cidadãos. Todas essas são relações ecológicas desarmônicas.
Um
estado em harmonia com aqueles que o sustentam pratica a simbiose, o
comensalismo, o mutualismo, que são tipos de relações ecológicas harmônicas.
Promover relações ecológicas harmônicas |
O
Estado é uma criação humana que por vezes serve à coletividade, por vezes se
serve dela. O Estado não é uma entidade abstrata, mas é composto por indivíduos
de carne e osso, com motivações, desejos, interesses. Dependendo de quais sejam
tais motivações e interesses, o Estado torna-se opressor, burocratizado,
tirânico. Se é movido por outra qualidade de motivações, voltadas para o bem
comum, pode ser um recurso à disposição da coletividade para reduzir a violência e
o mal estar.
O
estado numa democracia dos direitos nunca será capaz de atender a tudo o que
cada um considera como seus direitos. Um estado numa darmacracia, em que
direitos e responsabilidades são idênticos, uma só coisa, é governado por
pessoas que tem a noção clara do que devem e do que podem fazer.
Fita de Moebius - no darma, direitos e deveres tornam-se uma só coisa |
A existência
de uma meta comum ampla é um norte as ações das pessoas numa
coletividade. Uma meta comum inteligível para todos os filhos é cuidar da mãe. Cuidar
da mãe biológica é uma motivação que cria convergências entre irmãos, cada qual
assumindo com seus recursos e possibilidades o seu papel nessa sustentação
comum. O amor à mãe os move e facilita a superação de divergências e a
construção de entendimentos e ações comuns. Cuidar da mãe Terra é uma meta
igualmente forte que pode unificar a humanidade em torno desse objetivo. Cuidar
para que ela mantenha sua saúde, qualidade, elemento primordial para a saúde e
bem estar de cada pessoa e de cada ser vivo.
Estados
motivados pela missão de cuidar da mãe Terra, acima de fronteiras nacionais e
de interesses particularistas, podem abrir mão de parte de sua soberania em benefício
do todo.
A ecologia
é um forte motivador para ações que elevem o auto interesse a um patamar de
maior generosidade e abrangência.
Uma meta comum abrangente facilita as convergências. |
A
ecologia política, que estuda relações de poder, a ecologia social, a ecologia
humana, a ecologia do ser que trabalha com as questões da subjetividade humana, todos esses
são campos das ciências ecológicas que podem dar uma contribuição fecunda para
uma transformação do Estado, para que que sirva do melhor modo à sociedade que o
sustenta com os seus impostos.
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