sexta-feira, 5 de maio de 2017

Portugal e a convivência com a água



Maurício Andrés Ribeiro
Portugal tem uma longa história de convivência com a água. A partir da Escola de Sagres, articularam-se os conhecimentos técnicos que tornaram possíveis as grandes viagens marítimas pelo Atlântico e que atingiram todos os oceanos.

Cabo da Roca
O Cabo da Roca é o ponto mais ocidental do continente europeu, mencionado por Camões: "onde a terra se acaba e o mar começa."
Grandes cidades portuguesas estão situadas próximas à foz de grandes rios que nascem na Espanha (Lisboa no Tejo; o Porto no Douro).  Tal localização geográfica de cidades poderosas em foz de rios ajuda a desenvolver a consciência sobre a importância da água e a responsabilidade de quem está a montante. Nessas cidades portuguesas a água é elemento relevante na paisagem e no urbanismo, com usos intensos ao longo das orlas.
A orla do Tejo e o Museu da Arte, Arquitetura e Tecnologia
O Porto e o Rio Douro
A inserção de Portugal na União Europeia possibilitou avanços no saneamento e na adoção de normas comuns com os países daquele bloco, especialmente a Diretiva Quadro da Água. Em Portugal a lei da água (Lei no.58, de 29 de dezembro de 2005) segue o espírito da legislação europeia. Ela tem como objetivos “Evitar a continuação da degradação e proteger e melhorar o estado dos ecossistemas aquáticos e também dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas diretamente dependentes dos ecossistemas aquáticos, no que respeita às suas necessidades de água.” Baseia a utilização sustentável da água numa proteção a longo prazo dos recursos hídricos disponíveis e se propõe a obter uma proteção reforçada do ambiente aquático. Explicita o valor social e ecológico da água e a necessidade de um elevado nível de proteção. A lei portuguesa tem por âmbito de aplicação a totalidade dos recursos hídricos abrangendo, além das águas, os respectivos leitos e margens, bem como as zonas adjacentes, zonas de infiltração máxima e zonas protegidas.
Abril, chuvas mil! Essa é uma frase usada tradicionalmente em Portugal e que reflete a situação do clima. Mas em grande parte do mês de abril de 2017 não houve muitas chuvas, como em anos anteriores. As mudanças do clima se fazem sentir em Portugal na forma de ondas de calor e incêndios florestais, especialmente nas plantações de eucalipto que se multiplicam.

Entrada do Museu da Água em Lisboa.
 Vários equipamentos culturais e ecológicos ligados às águas desempenham importante papel cultural e educativo. Eles são frequentados por crianças, adolescentes e estudantes em excursões, que ali se embebem da cultura da água e formam sua hidroconsciência.

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