Maurício Andrés Ribeiro
Esse
despertar da solidariedade aconteceu de
várias formas:
1.
na autoajuda em que
comunidades carentes descobriram novas formas
de cooperar e mostram lições dadas pelas pessoas comuns, contando com sua própria energia interna e
sem esperar por apoios externos;
2. palestinos
e israelenses se uniram para lidar com o coronavirus de modo cooperativo;
4.
empresas passaram
a exercer papel social e de apoio a comunidades em que operam por meio de
doações de bens ou prestação de serviços.
5. Acionistas deixaram de buscar egoisticamente
apenas seus lucros e doaram recursos para lidar com a doença. Houve sensibilização dos investidores em seu próprio auto
interesse ao perceber que as condições de vida dos "invisíveis" com
falta de água, moradia, salubridade, gera prejuízos e riscos de saúde para a parcela visível da população.
A pandemia
valorizou a unidade humana para além das diferenças e fortaleceu a inclusão
e não discriminação. Ela possibilitou um exercício valioso para a evolução da
sociedade, para praticar a seva, a ação de prestar serviço
desinteressadamente.
Evoluindo da ação egocentrada até a prestação de serviços desinteressada |
O aprendizado de construir o sentido de compaixão
será valioso para lidar com as próximas crises que estão por vir.
Efeitos colaterais ainda potenciais da
pandemia poderão acontecer quando for descoberta uma vacina: despertar uma
eventual generosidade nos laboratórios farmacêuticos, como a solidariedade do Dr. Sabin, que renunciou à patente da vacina
contra poliomielite
e prestou um serviço inesquecível às crianças e à humanidade.
Por
outro lado, durante a pandemia houve manifestações de egoísmo na competição
predatória entre países por equipamentos de saúde; nas fraudes no acesso a
auxílios emergenciais; nas fraudes e superfaturamento para ter ganhos abusivos, ocorridos com a dispensa de licitações na compra de
respiradores e equipamentos importados.
A
extensão da solidariedade despertada dependerá da profundidade das suas consequências
sobre a sociedade, da sua capacidade de transformar as pessoas, das carências e
privações que provocar e da sensibilidade que despertar.
Uma
vez passada a fase crítica da pandemia, com as quarentenas, lockouts e
isolamentos físicos, o que fazer para que os antigos padrões de egoísmo e
ganância se tornem coisas do passado e as atitudes de solidariedade, cooperação e união se tornem, voluntaria e
conscientemente, o padrão dominante nas sociedades?
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