quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

ÁREAS ÚMIDAS

 


Maurício Andrés Ribeiro 

Brejos, veredas, pântanos, charcos, várzeas inundáveis, leitos de inundação de rios são alguns dos tipos de áreas úmidas existentes. Elas têm importante papel para a vida e oferecem serviços ecológicos, como pontos de parada de aves migratórias e outras espécies. Em geral situadas em  áreas planas e em lugares mais baixos, elas recebem as águas que drenam das partes mais altas das bacias hidrográficas em que se localizam.  Em geral são ambientes com águas em movimento lento ou quase parado, propício como berçários para diversas formas de vida. As áreas úmidas contêm 2,6% do total das águas doces na superfície no planeta e tem um papel biológico relevante como sítios de reprodução de espécies. Elas podem ser de pequeno, médio ou grande porte.


Os sítios Ramsar (Ramsar é a cidade no Irã onde se aprovou a convenção internacional sobre o tema, da qual o Brasil e signatário desde 1996) são as zonas úmidas classificadas como de importância ecológica internacional, reconhecidas como merecedoras de proteção. No Brasil, o Comitê Nacional de Zonas Úmidas  (CNZU) classificou  áreas  em parques nacionais e estaduais, reservas biológicas, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental. O Pantanal mato-grossense é uma das mais conhecidas.

Como os pântanos e charcos se associam áreas pouco salubres onde proliferam vetores de doenças, são frequentes os movimentos para eliminá-los.

Intervenções humanas sobre as áreas úmidas, visando seu aproveitamento econômico imediato e para expandir os terrenos para produção agrícola e para a pecuária, levam a intervenções equivocadas ao não considerarem a importância dessas zonas úmidas. No Brasil, na década dos anos 70, implantou-se um programa denominado Programa nacional para aproveitamento de várzeas irrigáveis - Provárzeas, que drenava as áreas pantanosas para liberá-las para o plantio e uso. Normas que permitem a drenagem de áreas úmidas para viabilizar o seu aproveitamento agrícola continuam a ser adotadas, o que provoca prejuízos e efeitos colaterais indesejáveis.  Para protege-las um pré-requisito é reconhecer e valorizar os serviços ambientais e ecossistêmicos que elas prestam.

 

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