quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Ossos de galinha, testes nucleares, o antropoceno e a era da consciência





Em agosto de 2016, cientistas reunidos na Cidade do Cabo para o Congresso Geológico Internacional formalmente reconheceram que o planeta entrou numa nova época, o Antropoceno.
Ossos de galinha, traços de radioatividade de testes nucleares e resíduos de plásticos, partículas de alumínio e de concreto, altos níveis de nitrogênio e fosfato derivado de fertilizantes nos solos: esses são alguns dos sinais que se incorporam nos depósitos que formam os registros geológicos da Terra. Eles denotam que entramos numa nova época na história natural. Nesse momento, a história humana passa a ser explicitamente parte da história natural, com suas eras, períodos e épocas e seus ciclos longos.
A época antropocena se inicia em meados do século XX após os primeiros testes nucleares. É caracterizada por intensa atividade da espécie humana, cuja população chegou a 7 bilhões no século XXI. É uma época de grande aceleração em que o planeta passa por transformações intensas. Essa atividade acelera mudanças climáticas, altera a atmosfera, provoca a extinção de espécies animais e vegetais, altera habitats, extingue ilhas com a elevação do nível dos mares. A capacidade de compreender as transformações e de se adaptar a elas poderá fazer a diferença entre sobreviver ou colapsar e se extinguir. 

As galinhas tornaram-se a espécie de aves mais comuns devido a sua criação industrial intensiva. Trilhões de galinhas vivem e são desossadas nessa época antropocena. Seus ossos empilhados em aterros são um novo fóssil dessa era. Ossos de galinha compõem um tipo de sambaqui do antropoceno. Assim como os sambaquis eram depósitos de conchas que restaram do consumo alimentar de ostras pelos indígenas de Santa Catarina, os ossos de galinha são restos alimentares deixados pelos humanos contemporâneos e seus depósitos comporão os registros fosseis a serem escavados pelos futuros geólogos e arqueólogos terráqueos.
A época antropocena na espiral da evolução em direção a uma era da consciência subjetiva.
 A época antropocena marca também a transição para uma era da consciência que pode ser a era da subjetividade e talvez a era espiritual. A consciência humana passa a ser um elemento central a influenciar o rumo e o ritmo da evolução no planeta. Essa evolução não se faz mais no ritmo lento dos processos da vida ou da matéria, mas no ritmo rápido dos pensamentos, ideias, sentimentos, emoções, sonhos e de todos os demais componentes da consciência.

2 comentários:

João Soares disse...

Caro Maurício. Muito bom o seu blogue.
Não tem ferramenta para o seguir.
Seja bem vindo ao meu blogue também- Bioterra. É sobre Educação Ambiental e já vai com 12 anos de actividade.
Um abraço
João Soares

Mauricio disse...

Grato João.
voce sabe como se colocar ferramenta para seguir um blog?
como posso, por exemplo, seguir o seu?
Abraços,
Mauricio