Maurício Andrés Ribeiro
Figura 1-Parque
Municipal
Um grande impulso pela criação de
parques e áreas verdes urbanas aconteceu em Belo Horizonte no início da década de 90. Dezoito dos 26 parques então
existentes em Belo horizonte foram criados no período entre 1990 e 1992.
O Contexto era estimulante. Pouco
antes, a cidade tinha aprovado sua lei orgânica municipal, que previa a
expansão de áreas verdes de 0,7m2 para 12m2 por habitante até 1995. Naquela
ocasião acontecia no Brasil a conferência Rio-92 e o tema ambiental era
efervescente em todos os níveis de governo e especialmente nos governos locais.
O ICLEI – Conselho internacional de iniciativas ambientais locais – recém criado, apoiava as ações municipais.
A identificação das áreas livres
disponíveis foi um primeiro passo. Várias delas tinham sido já identificadas
num programa metropolitano de parques elaborado pelo Plambel, tal como a área da
Lagoa do Nado. Outras foram identificadas a partir de demandas das vizinhanças
ou por iniciativa da prefeitura. A aprovação
dos decretos para sua criação foi um primeiro passo para se implantarem
parques, pois a definição da utilização da área sinaliza para a intenção do
governo de torná-la de uso público.
Alguns deles foram criados a
partir de negociações com os proprietários privados, liberando parte das áreas para construção enquanto
outras partes eram doadas para o município ( parque da mata das Borboletas,
parque do Santo Agostinho). Outros se localizaram em mirantes ( Parque Amílcar
Vianna Martins), liberando para acesso público as vistas que se descortinam
dessas áreas.
Figura 2-
Parque Amílcar Vianna Martins e seu mirante
Criou-se a Fundação Zoobotânica,
ampliando as funções do zoológico anteriormente existente e as áreas assoreadas
na Pampulha foram transformadas em parque público.
Na medida em que havia recursos,
foram feitos investimentos em projetos paisagísticos e de equipamentos. Outros
passaram por reformas estruturantes a partir de projetos premiados em concursos
públicos ( Parque Municipal).
Figura 3- Gestão participativa no Parque das
Mangabeiras que recebeu Comissão
consultiva
Implantaram-se, pioneiramente no
Brasil, comissões consultivas com participação de partes interessadas. Um
exemplo foi o do parque das Mangabeiras, vizinho de um bairro de alta renda de
um lado e de uma favela populosa do outro lado. As vizinhanças se envolveram
ativamente na comissão consultiva que cuidava do parque e de sua manutenção.
Figura 4-
Serra do Curral, tombada pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural
A Serra
do Curral, patrimônio paisagístico parcialmente protegido pelo governo
federal, foi também tombada no âmbito municipal, fortalecendo sua proteção.
Figura 5
Caderno de Meio Ambiente sobre Arborização Urbana - BH- 1992
Um dos Cadernos de Meio Ambiente
então produzidos abordava a arborização
urbana, sua história e funções, bem como a importância do seu planejamento.
Também descrevia a estrutura de uma árvore, o planejamento da produção de
mudas, do plantio, as espécies adequadas, a implantação de jardins e canteiros;
o planejamento da poda, as causas da redução da cobertura vegetal e os
problemas de saúde das árvores. Naquele caderno registramos o conhecimento
sobre a arborização urbana e contribuímos para a educação ambiental.
Um amplo programa de poda de
arvores para evitar riscos à segurança e conflitos com moradores foi realizado
e auditado tecnicamente.
Figura 6- O projeto Verde Vivo se compunha de um conjunto de ações |
Esse conjunto de iniciativas, englobado
sob o título de Projeto Verde Vivo foi um dos momentos da historia da cidade em
que mais atenção se deu ao tema das áreas verdes urbanas, bem antes do assunto ter
entrado na agenda ambiental devido ao aquecimento das cidades e à necessidade
de ter áreas livres para uso público,
relevante para garantir a qualidade de vida da população.
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