segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Balança Hídrica: meu corpo é água


   Vivi uma experiência educativa inesquecível ao pesar-me em uma balança hídrica instalada num museu de ciência e tecnologia. Trata-se de uma balança comum, que indica o peso do usuário, acoplada a uma caixa d’água. Cada usuário lê seu peso e vê à sua frente, num recipiente graduado e transparente, a quantidade de água que existe em seu próprio corpo. Ao lado da balança hídrica, uma placa informa: “A água corresponde a 70% do peso de cada ser humano. A quantidade de água à sua frente corresponde à quantidade de água existente no seu corpo.”       

Dois modelos de balança hídrica num centro de educação para a água e num museu de ciência e tecnologia. Bangalore, Índia.
O corpo humano é constituído de água e minerais. Quando choro, as lágrimas são água; bebo água e a devolvo ao ambiente por meio da urina ou do suor. A saliva e outras substâncias aquosas estão contidas no corpo.    70% do peso do corpo reflete a quantidade de água existente no interior das células e vasos sanguíneos bem como nos interstícios das estruturas e órgãos corporais: 75% do cérebro, por exemplo, é água; o sangue contém 75% de água; os músculos, 81%; o fígado e o pulmão têm 86% de seu peso constituído de água. Quando perdemos um litro de água, sentimos sede. Ao perdemos dois litros de água, temos sede, cansaço e fadiga. Quando perdemos três ou mais litros de água nos desidratamos e corremos risco de vida.
Usar uma balança hídrica é uma experiência educativa prazerosa, impactante e de fácil assimilação, que desperta o autoconhecimento e fomenta a hidroconsciência das pessoas, desde os primeiros anos de idade. O uso da balança hídrica conscientiza sobre a importância da água na vida humana; mostra que o corpo de cada ser vivo é, também, um corpo hídrico; desperta, de forma lúdica, a consciência dos seres humanos de pertencerem à natureza e aos elementos naturais e ambientais.
Balanças hídricas podem ser instaladas em museus de ciência e tecnologia, escolas, universidades, instituições públicas, praças, shopping centres, entre outros. Seria valioso implantar em muitas cidades brasileiras sujeitas a crise hídricas esse instrumento pedagógico amplamente usado na India, no Japão e em outros países.  Seu design pode ser funcional e econômico.
A percepção de ser parte integrante da natureza ajuda a produzir comportamentos mais amigáveis e menos agressivos em relação a ela. Os cuidados com o corpo e com seu ambiente interno aquoso são tão necessários à saúde como os cuidados com a água no ambiente externo e que indicam a saúde ambiental. O sistema circulatório no corpo humano com suas artérias, veias e capilares corresponde à rede hidrográfica que existe num território.

 
















Como lembra J. Krishnamurti, “O ambiente é o que somos em nós mesmos. Nós e o ambiente não somos dois processos diferentes; nós somos o ambiente e o ambiente somos nós”.


                      






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