segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Ciência e fé fazem uma combinação poderosa na pandemia.

 


Maurício Andrés Ribeiro


Andar com fé eu vou

Que a fé não costuma faiá.

Gilberto Gil

Nos últimos anos tenho presenciado nascimentos e  intervenções cirúrgicas em hospitais. Tais eventos trouxeram aflições devido aos riscos associados a eles. Foi preciso confiar que os médicos e enfermeiros estavam fazendo o seu melhor para salvar vidas. Para a cura, são importantes a competência e dedicação dos profissionais e suas máquinas, medicamentos e monitores, produtos da ciência e da tecnologia humanas. Para além  disso, ajuda muito a vontade de viver do paciente; o amor e presença de familiares e amigos; as  confortadoras mensagens com torcidas e orações;  a invocação das energias e vibrações  daqueles que já se foram para outros planos da existência.

A sabedoria mineira diz: “Confiar desconfiando”.  A confiança não pode ser cega pois se a fé não costuma faiá, os seres humanos costumam falhar. erros médicos, imperícia, incompetência  nos diagnósticos e nas intervenções. Falhamos ao criar expectativas que se frustram, ao fazer promessas que não são cumpridas, ao cometer imperícias no trânsito ou nos procedimentos médicos etc.

Várias músicas falam do tema. Fernando Brant escreveu que Maria Maria possuía a estranha mania de ter fé na vida. Roberto Carlos cantou a sua . Músicas religiosas cantam para multidões a confiança em Deus e seu poder; louvam-no como  um amigo que espanta o medo e a desesperança e que alivia as aflições e sofrimentos.

Em que medida a fé reforça a imunidade e ajuda a lidar com a pandemia?  O papel da fé na pandemia  foi abordado em  artigos que tratam da existência humana, das incertezas trazidas pela doença, dos  aprendizados pessoais e coletivos.  

Confiar na providência divina ajuda a obter proteção e segurança psicológica para enfrentar as aflições da doença. O poder da fé  fortalece o ânimo, reduz o  estresse e aumenta a capacidade de superar obstáculos.

Entretanto, não basta ter fé e sair por aí se aglomerando, sem máscara, sem higienizar as mãos. A fé em Deus e  a crença de que tenho o corpo fechado e nada me atingirá levam a comportamento temerário.  É preciso fazer a sua parte. Deus ajuda a quem se ajuda. A fé é uma  condição necessária, não suficiente, e precisa estar combinada com outros cuidados. Ciência e fé fazem uma combinação poderosa.

Numa pandemia, a fé fortalece o corpo ao reduzir o estresse, que é intensificado pelo medo das perdas de vida ou perdas materiais. Vale manter a confiança nos médicos e na providência divina ou numa força maior que dá a sua proteção para que o melhor aconteça.

Confiar em si próprio e confiar em Deus tornam-se crenças idênticas quando se acredita que o Deus que se encontra dentro de nós  precisa emergir. O  Namasté, cumprimento tradicional indiano, significa isso: “O Deus dentro de mim saúda o Deus que existe em você.”

A confiança  é uma atitude que ajuda a enfrentar a pandemia e a lidar com outras crises sanitárias, climáticas e ecológicas que ocorrerão nessa etapa de transição na evolução humana, nesse estágio terminal da era cenozoica.

 

 

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