A proteção da cobertura vegetal é uma forma de facilitar a estocagem da água no subsolo. Plantar ou manter florestas nativas protege o solo e ajuda a formar “caixas d’água” subterrâneas de onde a água flui para vir à luz em nascentes e alimentar os córregos e cursos d’água de superfície. A proteção de solos permeáveis e da vegetação em áreas de recarga permitem que a água se infiltre no solo.
No Brasil, há exemplos inspiradores da importância de acumulá-la no subsolo para proteger mananciais. No século XIX, o imperador Pedro II promoveu diretamente o reflorestamento da Floresta da Tijuca, que havia sido devastada para o plantio de café. Tal devastação ameaçava o abastecimento da capital do país, o Rio de Janeiro. A intervenção do imperador atesta a importância estratégica do tema. Esse é um exemplo positivo do que pode ser feito com ações de plantio florestal para manter vivas as fontes de abastecimento.
Figura: Cartaz do Programa Produtor da água no Pipiripau - DF
Entre as boas práticas nesse tema, destaca-se o Programa Produtor de Água que paga por serviços ambientais os produtores rurais que deixam de usar suas propriedades para outras finalidades e passam a priorizar a produção, a conservação e a manutenção da qualidade da água por meio da proteção da cobertura vegetal. Vários municípios brasileiros têm adotado esse modelo para proteger suas fontes e uma condição essencial para tanto é que haja algum ator disposto a pagar por esse serviço ambiental. Companhias estaduais ou municipais de saneamento são grandes interessadas nos seus resultados, pois ter acesso a água de boa qualidade reduz os custos dos insumos químicos para seu tratamento.
Outra iniciativa relevante é o programa Cultivando água boa, de Itaipu Binacional, voltado para a sustentabilidade hídrica, com ações socioambientais. Esse programa conserva os solos, reduz a erosão, reduz o assoreamento e aumenta a vida útil do reservatório da hidrelétrica.
Há bons exemplos em iniciativas da sociedade civil tais como a do Instituto Terra, que promove o plantio de árvores numa região devastada pela pecuária no vale do Rio Doce, com o retorno de nascentes que haviam desaparecido.
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