quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

ÁREAS ÚMIDAS


Brejos, veredas, pântanos, charcos, várzeas inundáveis, leitos de inundação de rios são alguns dos tipos de áreas úmidas existentes. Elas têm importante papel para a vida e oferecem serviços ecológicos, como pontos de parada de aves migratórias e outras espécies. Em geral situadas em  áreas planas, elas recebem as águas que drenam das partes mais altas das bacias hidrográficas em que se localizam.  Em geral são ambientes com águas em movimento lento ou quase parado, propício como berçários para diversas formas de vida. As áreas úmidas contêm 2,6% do total das águas doces na superfície no planeta e tem um papel biológico relevante como sítios de reprodução de espécies. Elas podem ser de pequeno, médio ou grande porte. 

Pode ser uma imagem de corpo d'água e texto que diz "2 de febrero Día Mundial de los Humedales AUN M"

Os sítios Ramsar (Ramsar é a cidade no Irã onde se aprovou a convenção internacional sobre o tema, da qual o Brasil é signatário desde 1996) são as zonas úmidas classificadas como de importância ecológica internacional, reconhecidas como merecedoras de proteção. No Brasil, o Comitê Nacional de Zonas Úmidas  (CNZU) classificou  áreas  em parques nacionais e estaduais, reservas biológicas, estações ecológicas e áreas de proteção ambiental. O Pantanal mato-grossense é uma das mais conhecidas.

Mapa

Descrição gerada automaticamente

Como os pântanos e charcos se associam a áreas pouco salubres onde proliferam vetores de doenças, são frequentes os movimentos para eliminá-los. 

Intervenções humanas sobre as áreas úmidas, visando seu aproveitamento econômico imediato e para expandir os terrenos para produção agrícola e para a pecuária, levam a equivocadas ao não considerarem a importância dessas zonas úmidas. No Brasil, na década dos anos 70, implantou-se um programa denominado Programa nacional para aproveitamento de várzeas irrigáveis - Provárzeas, que drenava as áreas pantanosas para liberá-las para o plantio e uso. Normas que permitem a drenagem de áreas úmidas para viabilizar o seu aproveitamento agrícola continuam a ser adotadas, o que provoca prejuízos e efeitos colaterais indesejáveis.  Para protegê-las, um pré-requisito é reconhecer e valorizar os serviços ambientais e ecossistêmicos que elas prestam. 

As águas presentes em áreas úmidas e nos sítios Ramsar podem incluir tanto águas superficiais quanto subterrâneas, dependendo das características específicas da área. As águas superficiais incluem rios, lagos, pântanos, estuários, manguezais e outras formações visíveis na superfície. Muitas áreas úmidas (como zonas alagáveis ou planícies de inundação) dependem diretamente de águas superficiais provenientes de chuvas, rios ou correntes de água que fluem pela região. Alguns exemplos em sítios Ramsar são o Pantanal (Brasil), onde há inundações sazonais devido aos rios; e as lagoas costeiras em zonas tropicais e temperadas.

As águas subterrâneas podem emergir para a superfície em áreas úmidas por meio de fontes e nascentes. Algumas áreas úmidas dependem quase exclusivamente de águas subterrâneas, especialmente em regiões semiáridas ou onde as chuvas são escassas. Como exemplos em sítios Ramsar estão os pântanos alimentados por lençóis freáticos, como certas áreas úmidas na Austrália.

Em muitos casos, há uma interconexão dinâmica entre os dois tipos: águas superficiais podem infiltrar-se no solo e recarregar aquíferos subterrâneos; águas subterrâneas podem emergir e alimentar áreas úmidas, especialmente durante períodos de estiagem.

Os sítios Ramsar são protegidos devido à sua importância ecológica e hidrológica. Isso inclui águas superficiais que sustentam habitats e espécies específicas, bem como águas subterrâneas que garantem a persistência das áreas úmidas, especialmente em períodos secos. Portanto, áreas úmidas e sítios Ramsar podem conter ambas


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