A água é essencial para a vida e para todas as atividades humanas. À medida que cresce a população, ela passa a ser cada vez mais demandada.
As relações entre os atores sociais, políticos e econômicos que têm a água como foco de interesse variam de altamente harmônicas a profundamente conflituosas, dependendo do contexto, das prioridades e do acesso ao recurso.
Entre as relações harmoniosas está o compartilhamento amigável, no qual atores locais, como as comunidades rurais, compartilham fontes de água para uso doméstico e agrícola com base em práticas tradicionais ou acordos verbais. Exemplo: comunidades que dividem acesso a rios ou poços em períodos de seca.
A colaboração multissetorial, com as parcerias entre governos, empresas, ONGs e cientistas, implementa projetos de conservação, acesso e gestão sustentável da água. Exemplo: iniciativas de recuperação de bacias hidrográficas, como reflorestamento ou combate à poluição.
A governança participativa, por meio de conselhos e comitês de bacias hidrográficas que incluem representantes de todos os setores (usuários, sociedade civil e governo) toma decisões sobre o uso da água. Exemplo: comitês de gerenciamento de recursos hídricos no Brasil.
Enquanto é abundante e farta, a água passa despercebida, como um fato natural.
Um segundo tipo de relações é a competição por recursos, entre usuários que disputam acesso à água, especialmente em situações de escassez. Usuários em bacias críticas frequentemente têm interesses conflitantes e contraditórios. Em casa onde falta pão, todos gritam e ninguém tem razão. Essa frase pode ser adaptada para situações em que há escassez de água. Em bacias onde falta, todos brigam e cada um se exalta. Mais gente, maior disputa, maior densidade de população e de atividades, mais poluição das águas induzem a rivalidades. (a origem da palavra rival é a mesma de rio, rivière, river). Conflitos ocorrem entre setores usuários - o abastecimento humano, a irrigação, a navegação, a geração de hidroeletricidade, a indústria, a recreação e o turismo, a pesca e a aquicultura etc.
Em bacias hidrográficas que não se prepararam para resolver, de forma negociada, o atendimento aos interesses dos diversos usuários, esses conflitos acabam sendo resolvidos pela violência, pela lei do mais forte ou pela imposição e autoritarismo do Estado. Em bacias nas quais a agricultura irrigada era feita sem controle, houve ameaças de destruição de bombas de sucção e derivação em projetos de irrigação, por parte de moradores localizados rio abaixo e que se viam privados do acesso à água para beber.
Conflitos intersetoriais
Abastecimento versus irrigação
Transporte versus energia
Proteção ambiental versus energia
Energia versus pesca
Diluição de resíduos versus abastecimento
Tipos de conflitos
Lazer e turismo x geração de energia elétrica
Troncos x barcos
Procissão religiosa (navegação) x geração de energia
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